EMPRESA de ALARGA PRODUÇÃO DE CLÍNQUER

Cimangola exporta 50 mil toneladas para os Camarões

INDÚSTRIA CIMENTEIRA. Investimento coloca empresa produzir mais de dois milhões de toneladas clínquer, além de 2,4 milhões de toneladas de cimento por ano.

 

A fábrica de cimento Cimangola deu início à exportação de 50 mil toneladas de clínquer para a República dos Camarões, anunciou o presidente do conselho de administração (PCA) da cimenteira, Sindika Dokolo.

A empresa inaugurou, na última semana, uma nova fábrica que, na primeira fase, se destina à produção de clínquer, num investimento global de 400 milhões de dólares, tendo inaugurado a unidade o ministro da Defesa, João Lourenço, em representação do chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.

Sindika Dokolo declarou que o novo investimento “vem abrir portas a uma iniciativa estratégica para o grande mercado sub-regional”, antes de revelar o início das exportações para os Camarões. “Asseguramos um primeiro barco e, caso concluirmos este processo de forma satisfatória, temos a previsão de uma exportação de 50 mil toneladas de clínquer para um único cliente”, aclarou.

“O que é importante demonstrar que Angola se tornou numa força industrial capaz de concorrer com as indústrias de países desenvolvidos e, ao mesmo tempo, capaz de conquistar mercados da sub-região, constituindo um evento estratégico para a economia angolana”, defendeu o empresário. A nova fábrica de produção de clínquer da Cimangola foi construída numa área de 687 hectares. Situada no município de Cacuaco, em Luanda, inclui uma área de extracção de matérias-primas e está equipada com tecnologia de última geração, para produzir anualmente 1,6 milhões de toneladas de clínquer, tornando o país auto-suficiente.

O investimento coloca ainda a Cimangola num patamar de produção de aproximadamente 2,4 milhões de toneladas de cimento por ano, fazendo do país, à semelhança do clínquer, auto-suficiente na produção de cimento. No futuro, a cimenteira projecta erguer, no mesmo espaço, uma segunda linha de produção para duplicar a capacidade de produção, segundo Dokolo, que justifica os planos com a necessidade de se desenvolver o mercado de exportação.

O empresário destacou os investimentos no ‘corredor do Lobito’, nomeadamente no Porto do Lobito e nos Caminhos-de-Ferro de Benguela, este último que chega à fronteira com a República Democrática do Congo, como uma oportunidade que “abre as portas ao importante mercado da Copperbelt, que abrange parte do Katanga (na RDC), em que há grandes produtores de cobre e cobalt e a Zâmbia”.

Para Dokolo, os grupos privados encontram nesses investimentos a possibilidade de “estruturar uma estratégia de 20 anos com ambição sub-regional e continental”. O processo de construção da fábrica durou 21 meses, com o envolvimento de 700 trabalhadores, na fase de maior intensidade.

O empreendimento deve criar 220 novos postos de trabalho, mais de 85% dos quais para angolanos. Em declarações à imprensa, a ministra da Indústria, Bernarda Martins, calculou em cerca de sete milhões de toneladas a capacidade de produção anual de clínquer, contando além da nova fábrica, as já existentes FCKS, no Kwanza Sul, a CIF e a Nova Cimangola.. Criada em 1955, a Cimangola é hoje detida por uma parceria público-privada.

A Cimangola UEE é a empresa pública que participa com um terço do capital, pertencendo a maioria dos dois terços a accionistas nacionais privados.