Cimento angolano ‘assalta' mercados vizinhos
O presidente de direcção da Associação da Indústria Cimenteira de Angola (AICA) garantiu, nesta terça-feira, ao VALOR, que Angola está preparada para ‘assaltar’ outros mercados, sobretudo de países africanos, para a comercialização de cimento.
Manuel da Silva Pacavira Júnior, abordado na 34ª edição da Filda, onde a AICA se estreia, indicou que está assegurada a cobertura do mercado interno, referindo que “o resto é consolidar a produção para exportar sobretudo para os países limítrofes, como República Democrática do Congo, Zâmbia, Congo e a Namíbia”.
Sem entrar em detalhes, o responsável da AICA referiu que as cinco cimenteiras existentes, sendo duas em Luanda (Cimangola e CIF), uma no Kwanza Sul (FCKS) e duas em Benguela (Cecil e Cimenfort) têm capacidade suficiente para atender as exigências internas e externas. As cinco ‘cimenteiras’, em pleno funcionamento, podem produzir mais de sete milhões de toneladas de cimento por ano.
Entretanto, dados a que o VALOR teve acesso reportam um abrandamento significativo da produção nos últimos quatro anos. Em 2014, as fábricas produziram 4.917.454 toneladas para em 2015 colocarem no mercado a maior produção do quadriénio: 5.198.353 toneladas. Mas a partir de 2016 a produção caiu para 3.874.630 toneladas e 2.632.389 toneladas em 2017.
Este ano pode não fugir a regra já que até Junho último foram produzidas 1.308.496 toneladas. O presidente da AICA que também é executivo na Cimangola justifica que a crise financeira também afecta o sector dos materiais de construção, havendo uma drástica redução na procura.
A redução da importação de cimento é um exemplo a seguir nos outros domínios como disse recentemente ao VALOR o presidente da Associação Industrial Angolana (AIA) José Severino.
Para ele, “o exemplo do cimento devia ser continuado em outros sectores”, para reduzir a vergonhosa dependência do país do estrangeiro em produtos que podem ser fabricados em Angola. A Feira Internacional de Luanda, cumpre amanhã o seu segundo dia com atracções nos diferentes sectores que vão desde as telecomunicações, agricultura, transportes, comércio, a indústria, serviços e agricultura.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...