Citibank e mais dois gigantes da banca internacional em Luanda
CORRESPONDÊNCIA. Dois bancos dos EUA e um alemão confirmaram ao BNA interesse em instalarem-se em Angola. Destaque para o Citibank, o 14.º maior grupo financeiro do mundo, que esteve em Luanda e discutiu a possibilidade de regressar. Se a negociação com FED avançar, seguem-se o Deutsche Bank e Bank of America.
O Citibank, uma das maiores instituições financeiras do mundo, confirmou ao Banco Nacional de Angola (BNA) que está disposto a regressar a Angola, quase 16 anos depois de ter encerrado o escritório de representação em Luanda, apurou o VALOR de fontes conhecedoras da negociação.
A justificar o interesse está, entre outros, a pressão das petrolíferas junto dos parceiros financeiros e as dificuldades nos pagamentos para operações em dólares. O regulador norte-americano, a Reserva Federal (FED), deve enviar um representante a Luanda nos próximos dias para aferir o cumprimento de normativos exigidos ao banco central angolano.
Um sinal concreto desta intenção foi a participação de altos quadros do 14º maior banco do mundo (no mais recente ‘ranking’ da Forbes) na conferência de petróleo e gás, evento organizado entre 4 e 6 deste mês pela África Oil & Power e que teve a presença de João Lourenço e de várias entidades diplomáticas de vários países.
O regresso do Citibank a Luanda está associado ao processo de resgate de confiança e credibilização do sistema bancário nacional junto de congéneres internacionais, iniciado pelos então governadores do BNA, José Pedro de Morais e Valter Filipe da Silva, este que já havia garantido recolocar o Deutsche Bank no país.
As pistas de que os bancos correspondentes estariam de regresso foram dadas pelo actual governador do banco central, José de Lima Massano, à margem da conferência ‘Oil and gas’, quando anunciou a visita para os próximos dias dos reguladores norte-americanos a Luanda.
Massano garantiu que as discussões com os representantes da Reserva Federal tendem ainda a estreitar as relações entre as duas instituições para viabilizar o intercâmbio. “Queremos, com este encontro, manter um diálogo permanente que facilite executar as operações monetárias que foram terminadas com alguns bancos”, revelou José Massano. As relações de correspondência bancárias foram interrompidas em 2016, o que agravou a crise de divisas que o mercado vive desde 2014.
Actualmente, o sistema bancário nacional conta com apenas três escritórios de representação de bancos estrangeiros, CommerzBank, da Alemanha, e Firstrand Bank e NedBank, ambos da África do Sul.
Mais dois bancos
Se as negociações com a FED correrem a bom ritmo, é ainda esperada a reentrada no sistema financeiro nacional do Bank of America, outro ‘gigante’ da banca mundial, e do maior banco alemão, Deutsche Bank.
Segundo a fonte do VALOR, os responsáveis do Bank of America já estiveram em Luanda, na sequência de encontros que o grupo financeiro teve com o regulador angolano em Washington. Também um emissário já se encontrou com José Massano em Luanda.
Angola ganha com FED
Para a directora executiva da Câmara de Comércio Angola-EUA (USACC), Maria da Cruz, a vinda da delegação da FED a Luanda “significa a intensificação da colaboração entre as entidades financeiras de Angola e dos EUA, o que vai certamente vai melhorar a confiança dos bancos norte-americanos quanto ao mercado angolano”.
“É uma clara indicação não só do seu compromisso com as boas práticas financeiras internacionais, mas também do seu empenho em corrigir as deficiências que fizeram com que quer FED, quer bancos correspondentes norte-americanos, tivessem certas reservas em relação à credibilidade do sistema financeiro angolano”, comentou a responsável do organismo que congrega companhias norte-americanas e gigantes do sector petrolífero mundial a operar em Angola.
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