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Como vai a Disney gerir a morte do Pantera?

01 Sep. 2020 Valor Económico Gestão

CINEMA. O actor Chadwick Boseman, que deu vida ao Pantera Negra, o maior sucesso da Marvel em registo e com mais de 1,3 mil milhões de USD de lucro para a Disney, morreu aos 43 anos. Com segundo filme previsto estrear em 2022, os olhos dos fãs estão pregados na Disney para ver como vai gerir a continuidade do legado Black Panther.

Como vai a Disney gerir a morte do Pantera?
D.R

Chadwick Boseman sucumbiu a um cancro do colón aos 43 anos e, para além de um rasto de vários milhões de fãs estarrecidos pela partida prematura, deixa um dilema à Disney, a dona da Marvel e do personagem que Boseman tornou num sucesso estrondoso a nível mundial.

Ao rei T’Challa, como aos outros heróis da Marvel, principalmente os bem-sucedidos, era expectável a continuidade da presença no grande ecrã, mas a sua morte, depois de o personagem se tornar mais do que um super-herói, uma super-referência para a representatividade africana, deixa a Disney com dificuldades de simplesmente o substituir. Mais, depois de se saber que o aclamado actor, que também fez personagens como James Brown, filmou as quatro brilhantes presenças do rei de Wakanda, em filmes fisicamente exigentes como são os do Capitão América, ou dos Vingadores para além do próprio Pantera Negra em que foi o personagem principal, tudo entre sessões de quimioterapia. O cancro do cólon havia sido diagnosticado há quatro anos.

A propósito o ex-presidente americano Barack Obama escreveu “ser jovem, talentoso, e negro e usar esse poder para dar aos outros heróis a quem admirar e aspirar ser, fazendo-o na dor - que, uso dos anos que teve”. O candidato presidencial Joe Biden acrescentou que Boseman “inspirou gerações e mostrou que podem ser o que quiserem, inclusive super-heróis”.

Os apelos dos fãs para que a Disney não faça o re-casting para o personagem vão se amontoado à medida que as primeiras reacções ao choque dão lugar a questionamentos sobre o segundo filme da série Pantera Negra, que iria estrear em 2022, e que Boseman ainda não tinha começado a gravar. No entanto, com um personagem ainda com tanto para oferecer ao público seguidor, e sobretudo, com um comprovado potencial de receitas avantajado no mercado mundial cinematográfico, a decisão de não voltar a trazer T’Challa aos ecrãs, parece pouco provável.

Depois de se tornar a terceira estreia mais bem sucedida, depois de Avatar e Star Wars, e de ultrapassar filmes icónicos como ‘ET, o extraterrestre’ como um dos mais rentáveis da indústria, o Pantera Negra quebrou estereótipos sobre a perspectiva de receitas previstas para filmes direccionados a comunidades minoritárias.

Alguns fãs sugerem que a coroa de Wakanda passe para as mãos de Suri, a segunda personagem mais aclamada do filme e irmã do rei T’Challa, mas a maioria tende a pedir à Disney que não se vergue à procura do lucro com a tentativa de substituir o insubstituível Boseman no papel de Pantera Negra.

A Disney e a Marvel que choram a perda e se declararam ao lado da família e dos fãs de coração partido, mantem-se em silêncio sobre o futuro do personagem e têm uma decisão difícil pela frente. Enfrentar as críticas mais do que prováveis ou arriscar substituir um actor a todos os níveis difícil de equiparar, particularmente depois de se saber da batalha que travava quando trouxe T’Challa aos ecrãs.

Seja qual foi o caminho, a Marvel e a Disney lembram que o legado de Chadwick Boseman, esse, vai viver para sempre.

“Rest in Power Kind, Wakanda Forever” são as palavras de ordem.