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Concessionárias pagam 11% da dívida

MERCADO AUTOMÓVEL. Representantes de automóveis perspectivam pagar 50% de uma dívida de 180 milhões de dólares até ao fim do ano para garantir crescimento nas vendas em 2018.

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O conjunto de concessionárias de automóveis conseguiu amortizar, recentemente, cerca de 11% de uma dívida avaliada em cerca de 180 milhões de dólares com os fornecedores externos, valores acumulados devido à dificuldade de acesso a divisas.

A informação foi avançada, ao VALOR, pelo presidente da Associação dos Concessionários de Equipamentos de Transportes Rodoviários (ACETRO), Nuno Borges, explicando que a operação só foi possível devido a uma melhoria verificada na “capacidade de os bancos comerciais executarem algumas operações, apesar de não serem suficientes. “No que se refere a atribuições do BNA para o nosso sector, a situação está exactamente igual [não são contemplados]”, referiu.

A dívida era resultado de um acumulado de 14 meses (até Agosto último) e Nuno Borges acreditava no pagamento da mesma até ao final do ano em curso, o que representaria um crescimento das vendas do sector em cerca de 18% no próximo ano, segundo estimativas do gestor.

“Somos de opinião que, em termos de mercado automóvel, 2018 será um ano de alguma recuperação da procura, correspondendo à expectativa de alguma recuperação económica de Angola. Consideramos ser possível um crescimento de 18,5 %. Esta previsão dependerá significativamente de pagamento de parte da dívida a fornecedores externos de acordo com a disponibilidade de divisas na segunda metade de 2017. Sem amortização de alguma parte desta dívida, não será possível repor os stocks de viaturas e assim irá afectar o volume de vendas previsto para 2018”, estimou, em outra ocasião, ao VALOR.

Apesar de reconhecer que as dificuldades para o acesso às divisas continuarão, Nuno Borges mantém a esperança para o próximo ano. “A nossa perspectiva até ao fim do ano é de que se irão manter enormes dificuldades para pagamentos a fornecedores externos, mas estamos moderadamente optimistas para 2018.”

Enquanto isso, as empresas deparam-se com a quebra das vendas, iniciada em 2015 quando se registou uma redução de 53,8% face às 44 mil e 536 viaturas vendidas em 2014. Seguiram-se quebras anuais de 55,4%, e 42,5%. A tendência mantém-se para o ano em curso, considerando os números do primeiro semestre, que registam uma redução de cerca de 56%, comparativamente às vendas de 5.698 unidades no período homólogo. Para os últimos seis meses, a associação perspectiva vender 2.785 unidades, o que representaria uma quebra de cerca de 20% face ao mesmo período do ano passado. Nos 12 meses de 2016, as concessionárias venderam 9.178 unidades e projectam para 2018 a venda de 6.253 unidades.