CONTAS DE SUBTRAIR PARA O MPLA
A política, mesmo em realidades autocráticas como a angolana, é sempre um jogo complexo. Ainda assim, não raras vezes, exige, mais do que tudo, ligeiras operações de aritmética. De simples soma e subtracção em alguns casos.
Noutros, juntando a divisão e a multiplicação, mas no pressuposto da busca de uma solução simples, perante um problema grave. Em certa medida, este é o cenário que pesa hoje sobre o MPLA, face à ousada iniciativa da Unita de início de um processo de acusação e destituição do Presidente da República.
Expliquemo-nos. A governação de João Lourenço produziu o MPLA mais impopular de sempre. E ainda que parte significativa das dificuldades do país decorra do fardo herdado de José Eduardo dos Santos, o agravamento da degradação política, económica e social deve-se sobretudo a opções políticas do actual Presidente. João Lourenço decidiu vestir inteiramente o fato de José Eduardo, ignorando que a sua governação ocorreria num contexto diferente que exigiria nova atitude e novas práticas. Inebriado pelo poder quase absolutista que o regime lhe confere, o Presidente não percebeu que já havia iniciado um processo de transformações políticas e sociais em Angola que punha em causa, de forma mais consistente, o autoritarismo, a arrogância do poder e o livre arbítrio na gestão do património público. Simulando uma à esquerda, com promessas eleitoralistas de mais abertura democrática e gestão melhorada do erário, João Lourenço ultrapassou os angolanos à direita, mantendo, na essência, todos os males que condenou no seu antecessor.
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