PROJECTO PREVÊ EXPORTAR 400 MIL TONELADAS DE PRODUTOS NACIONAIS

Costa Negócios investe 400 milhões de dólares

AGRONEGÓCIOS. Grupo empresarial brasileiro pretende, em quatro anos, produzir e exportar 400 toneladas de cereais. O projecto deverá ser desenvolveido em vários pontos do território nacional, estimando-se que venha a criar cerca de 600 postos de trabalho.

Empresários da agricultura poderão, daqui a quatro anos, beneficiar de financiamento e apoio técnico e de gestão que permita exportar 400 mil toneladas de produtos alimentares.

A aposta é do grupo empresarial brasileiro Costa Negócios que investiu cerca de 400 milhões de dólares para a produção de 250 mil toneladas de milho e 150 mil de soja, um projecto que deverá ser desenvolvido numa extensão de 100 mil hectares de terra. Para dinamizar o projecto, a empresa assinou, recentemente, em Luanda, um acordo com a Comunidade de Empresas Exportadoras e Internacionalizadas de Angola (CEEIA). Apoiar programas dirigidos para o aumento da produção e promover a exportação de produtos seleccionados pelo Governo são alguns dos objectivos do acordo.

Os brasileiros pretendem materializar o projecto em quatro anos, sendo que, a cada 12 meses, deverão ser preparados 25 mil hectares de terra. Espera-se que o investimento, em que se estima a criação de 600 empregos directos, venha a dar retorno num espaço entre oito e 10 anos.

O projecto já levou uma equipa técnica ao Huambo para contactos com empresários locais e analisar a terra arável disponível, afirmou à imprensa o responsável para a região africana do grupo Costa Negócios, Danilo Danelucci. A posse e a legalização de terra apresentam-se como os principais requisitos para quem queira beneficiar do projecto, revelou o responsável da empresa brasileira, quando indicou os critérios de acesso para os eventuais beneficiários.

Para o presidente do conselho directivo da CEEIA, Agostinho Kapaia, o memorando vai ao encontro das pretensões do Governo de promover a produção nacional para os mercados interno e externo. Estudos para a inserção de outros produtos, nomeadamente arroz e feijão, estão em curso, revelou Agostinho Kapaia, destacando que “o sucesso do projecto passa pela capacidade e dinamismo dos empresários, tendo em conta que a “actividade agrícola tem o seu tempo próprio”.

Entre a mineração e a agropecuária

A Costa Negócios está em Angola há 12 anos. Dedica-se à mineração, com destaque para a execução do Plano Nacional Geológico (PLANAGEO). Actua também na agropecuária, estando a desenvolver um projecto no Cuchi (Kuando-Kubango), onde está a implementar 40 fazendas.

Ainda no Kuando-Kubango, o grupo começou recentemente a explorar ferro-gusa, a principal matéria-prima do aço, utilizado nas indústrias automobilísticas, aeronáuticas, navais e bélicas. No Brasil, o grupo integra a lista dos 10 maiores exportadores de alimentos, principalmente para o mercado chinês.

A CEEIA foi criada em 2013, com o apoio do Instituto de Fomento Empresarial (IFE), com a finalidade de promover e credibilizar Angola no mercado internacional e conta com 28 membros.