Deputados do MPLA, sozinhos, impedem votação para destituir PR. UNITA grita “vergonha”
Os deputados do MPLA travaram hoje o processo de destituição do Presidente da República apresentado pela UNITA numa sessão plenária marcada por muita gritaria e troca de acusações.
A reunião decorreu à porta fechada, sem transmissão televisiva ou radiofónica, com os deputados da oposição a gritar "vergonha” e “medo”, quando a presidente do Parlamento, Carolina Cerqueira, determinou que fosse votada, de mão no ar, a proposta da UNITA de destituição do Presidente da República. Alguns deputados do MPLA, no final da votação, entoaram cânticos e danças visivelmente satisfeitos com a decisão.
123 deputados votaram contra a proposta da UNITA. Os deputados da UNITA abandonaram a sessão e acusaram a Presidente da Assembleia Nacional de desrespeitar o “estado democrático de direito”.
O presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, à saída do debate acusou os deputados do MPLA de “não estarem ao serviço dos angolanos”. “Têm medo do povo e do debate democrático. O MPLA está sob pressão e esta sessão foi muito boa e veio claramente demonstrar o que é o MPLA hoje”.
A sessão plenária extraordinária foi convocada por Carolina Cerqueira para apreciar a proposta de destituição de João Lourenço, apresentada na quinta-feira pelo maior partido da oposição. 90 deputados da UNITA subscreveram a iniciativa. A UNITA, para avançar com a proposta, precisaria do voto de 111 deputados.
Já o deputado do MPLA, António Paulo, explicou aos jornalistas que a iniciativa de destituição do Presidente da República é assumida pela Assembleia Nacional. “Quem assume a iniciativa é a Assembleia Nacional, embora cada grupo de um terço de deputados possa desencadear a iniciativa” .
Esta manhã, a UNITA divulgou, na sua página oficial, "provas documentais", onde são apresentados os argumentos para destituir o Presidente da República, João Lourenço. São no total 89 páginas de "fundamentação" a que se juntam "provas" e uma lista de 45 testemunhas.
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