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Na província de Kasai

Descobertas 38 valas comuns na RDC

13 Jul. 2017 Valor Económico Mundo

O número de valas comuns localizadas na República Democrática do Congo (RDC), aumentou para 80, após a descoberta naquela região de 38 novos locais com corpos enterrados.

 

A informação foi divulgada pela Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO). Uma equipa das Nações Unidas, juntamente com membros dos serviços jurídicos militares da RDC, deslocou-se às zonas de Kamonia e Diboko, na província de Kasai, para iniciar uma investigação sobre a vaga de violência que foi conduzida em 2016 naquele território pela milícia KamuinaNsapu.

Pelo menos 3.300 pessoas morreram e mais de 1,3 milhões foram obrigados a fugir daquela região desde Agosto de 2016 devido à violência. Mais de metade dos deslocados são menores, muitos dos quais foram separados dos seus pais ou recrutados por elementos da milícia.

Cerca de 475.000 pessoas fugiram para os países vizinhos da RDC, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), 30.000 dos quais procuraram refúgio no norte de Angola. Em Maio, durante uma vaga de violência naquela região, 8.000 pessoas foram obrigadas a fugir em apenas 24 horas, relatou o Conselho para os Refugiados Norueguês, que tem elementos naquela zona.

Os civis são as principais vítimas das atrocidades, em particular aqueles que pertencem aos grupos étnicos luba e lulua. A ONU denunciou recentemente a existência de uma nova milícia, designada Bana Mura, criada e organizada pelas autoridades de Kinshasa para apoiar as acções do exército na zona de Kasai.

A 23 de Junho, o Conselho dos Direitos Humanos da ONU aprovou o envio urgente de uma equipa de peritos independentes para investigar os crimes cometidos naquela região. Este conflito ganhou notoriedade internacional quando dois peritos estrangeiros da ONU, Zaida Catalán (nacionalidade sueca e chilena) e Michael Sharp (norte-americano), foram encontrados mortos em 28 de Março em Kasai. O conflito começou em Agosto de 2016, quando o líder da milícia Kamuina Nsapu foi morto pelo exército e os seus seguidores insurgiram-se contra o governo e prometeram vingar a sua morte.