Dois em cada três moradores não pagam à Imogestin
CENTRALIDADES. Empresa propôs medidas ao Governo para conter a dívida e o aumento de clientes que não pagam prestações mensais.
Cerca de 64% dos moradores de todas as centralidades geridas pela Imogestin não cumprem com os pagamentos mensais. A revelação, em exclusivo, é de Mário Guerra, porta-voz da empresa, que assinala, entretanto, um recuo na dívida dos clientes na ordem dos 47%, saindo dos 6,8 para os 3,6 mil milhões de kwanzas em 2017.
Sem avançar os números consolidados do primeiro semestre deste ano por “estarem a ser compilados”, Mário Guerra adiantou que a Imogestin já propôs medidas ao Governo, com o objectivo de conter o aumento da dívida. Mas, enquanto as medidas não chegam, o responsável lembra que, pelo incumprimento, a penalidade máxima é a rescisão do contrato e o despejo.
A anterior gestão das centralidades, a Sonip, já recorreu a essas medidas, mas as notificações aos clientes faziam apenas parte de uma estratégia de sensibilização para os pagamentos. Mário Guerra alerta, no entanto, que essa forma “não vai continuar eternamente”.
A 7 de Agosto, a empresa notificou todos os clientes faltosos no Kilamba para regularizarem as prestações, evitando “graves penalizações contratuais”.
Comentando a justificação da crise várias vezes evocada por moradores para explicar os incumprimentos, Guerra admite que a conjuntura pode ter influenciado, mas “não na íntegra”, lembrando que “houve uma redução das prestações mensais”.
Na gestão da Sonip, havia quem pagasse prestações anuais, indexadas ao dólar, ao câmbio da banca, que ultrapassavam os 10 mil dólares.
O valor médio das prestações no Kilamba e Sequele, as zonas mais ocupadas, varia entre os 38 e os 41 mil kwanzas mensais, o que Mário Guerra considera “preços razoáveis”.
Na retoma das vendas, a Imogestin prevê destinar as futuras habitações para trabalhadores da função pública e das empresas instituídas para as vendas dirigidas, previamente seleccionadas.
A ministra do Ordenamento do Território e Habitação, Ana Paula Carvalho, anunciou, na semana passada, a venda de 2.627 casas na centralidade do Zango 8000, 336 no Zango Zero e mais 348 no Km 44.
A Imogestin foi indicada para proceder à gestão e vendas de habitações em alguns projectos habitacionais do Estado, através do Decreto Presidencial nº 329/14 de 29 de Dezembro.
JLo do lado errado da história