Dos tribunais à PGR, uma maré de dificuldades que expõem o sistema à corrupção
REPORTAGEM. Falta de tudo nos tribunais e secções da Procuradoria-Geral da República. Desde computadores, passando por cadeiras aos consumíveis. Oficiais de justiça imprimem documentos sensíveis em cyber cafés e fazem diligências de táxi por conta própria. Crise no poder judicial deve galgar em proporções este ano, com paralisações gerais.
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As reclamações arrastam-se desde há muitos anos. A chegada ao poder de João Lourenço, encarado por muitos no início, como “reformista”, trouxe alguma esperança aos operadores de justiça, entre outros, com a política de combate à corrupção, que sugeria grandes investimentos no sector, mas a esperança “morreu solteira”, ainda no primeiro mandato do actual Presidente. São diversos operadores da justiça que o dizem.
Dos tribunais à procuradoria, as dificuldades são as mesmas e persistem. Falta de consumíveis, com destaque para o papel e tinteiro; computadores e impressoras; energia eléctrica e combustível para manter os geradores funcionais, e até cadeiras e ar condicionado em salas. Uma “dura realidade” do dia-a-dia dos operadores do poder judicial que o jornal Valor Económico volta a retratar, depois de já ter detalhado as dificuldades vividas nos tribunais em 2021.
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AFINAL NÃO ERA UM MILAGRE, ERA UMA TRAGÉDIA