VENDAS ENVOLVEM APENAS LOTES DA CIDADE DO KILAMBA E CAMAMA

EGTI prevê vender 401 milhões de dólares em terrenos até 2018

IMOBILIÁRIO. A nova empresa pública de gestão dos terrenos chama a si as competências do Presidente da República, governos provinciais e as administrações municipais na comercialização de terrenos estruturados.

 

A Empresa Gestora de Terrenos Infra-estruturados (EGTI) prevê arrecadar até finais do próximo ano mais de 401 milhões de dólares, com a venda de 584 lotes de terreno na cidade do Kilamba e do Camama, revelam as projecções do Plano Estratégico da empresa.

Criada em Março de 2015 por decreto presidencial mas só agora efectivada, a EGTI tem como objectivo “atender a necessidade de instituir uma estrutura empresarial encarregue pela administração de forma mais racional” dos terrenos infraestruturados do domínio público e privado do Estado, em todas as províncias.

No seu plano estratégico elaborado pelo governo e pela empresa de auditoria e consultoria britânica Deloitte, perspetiva-se que a EGTI seja a única entidade que poderá comercializar os terrenos infraestruturados para captação de receitas de modo a suportar as suas actividades sem recurso a qualquer financiamento. As competências da empresa cessam deste modo, as do Presidente da República, governos provinciais e as administrações municipais nos processos de comercialização de terrenos estruturados.

Os lotes da cidade do Kilamba disponíveis para comercialização têm uma área bruta de construção de cerca de 3.078.020 metros quadrados, sendo o número de lotes a considerar de 61 que devem ser vendidos até 2020. Já os lotes do Camama têm uma área bruta de construção de cerca de 1.561.287 metros quadrados, sendo o número de lotes para a comercialização de 1.144.

Para o Camama a empresa prevê vender 915 (80%) lotes até 2020. Para a cidade do Kilamba o custo do metro quadrado está estipulado em 214,73 dólares e no Camama a 90 dólares. A EGTI em termos acumulados pretende representar um potencial de arrecadação na ordem dos 773 milhões de dólares até 2020, com a venda de terrenos.

A empresa começou com um capital social inicial de 11.591 milhões de dólares (2 mil milhões de kwanzas) ao câmbio de 2015, que permanece ao longo dos 5 anos de projecção.

MAIS DE 20 CIDADES ?COM A EGTI

A EGTI vai fazer a gestão comercial dos terrenos urbanos de mais de vinte localidades no país, revelaram decretos assinados pelo Presidente, em Março.

Os terrenos afectos cingem-se às cidades do Sequele, Kilamba e Camama. Na mesma vertente incluem-se ainda os terrenos urbanos das centralidades do Andulo e do Kuito, Baía Farta, Kapari, Sumbe, Luhongo e Lobito, Tchibobo, Bailundo, Caála e Lossanbo, Quilemba, Dundo, Luena, Praia Amélia, 05 de Abril e Quilomoço.

Em Luanda, os terrenos urbanos das centralidades do Zango 0, Zango V, Km 44 E KK 5000, bem como do pólo de desenvolvimento do Futungo de Belas e Mussulo também vão estar a cargo da EGTI.

A empresa de terrenos assume como desafios durante a suas actividades no ramo imobiliário, “assegurar a potencialização do valor dos terrenos para maximizar a receita do Estado, promover a rápida e efectiva comercialização dos terrenos, assegurar o cadastro e garantir o retorno do investimento”.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA EGTI

O Conselho de administração da Empresa Gestora de Terrenos Infraestruturado (EGTI) é liderado por Rodrigues de Sousa Alves dos Santos, engenheiro, nomeado a 1 de Setembro do ano passado, por decreto presidencial. Rodrigo dos Santos sucedeu José Alberto Puna Zau.

Apesar do novo conselho de administração ser nomeado para gerir a empresa o ano passado, a sua tomada de posse só aconteceu a 15 de Fevereiro deste ano. A cerimónia foi orientada pelo vice-presidente da república, Manuel Vicente.

Antes de ser nomeado presidente do Conselho de Administração da EGTI, Rodrigo dos Santos ocupava o cargo de director do Gabinete Técnico de Coordenação da Requalificação e Reconversão Urbana do Perímetro Costeiro Demarcado da Cidade de Luanda, cargo que só ocupou por cerca de dois meses.