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BANQUEIRO CONVIDADO PELA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS

Emídio Pinheiro de saída do BFA

BANCA. Fontes do VALOR avançam que o banqueiro recebeu convite para integrar a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), banco luso de capitais públicos, e a imprensa portuguesa dá como certa a saída do gestor do comando do BFA, que assumiu há onze anos.

O presidente da comissão executiva do Banco de Fomento Angola (BFA), Emídio Pinheiro, recebeu um convite para integrar a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGG), deixando a liderança do banco detido pelo BPI e pela Unitel, soube o VALOR de fontes bancárias.

De saída do BFA, Emídio Pinheiro deixa a instituição na segunda posição no ranking dos cinco maiores bancos comerciais angolanos em activos e o primeiro maior no que aos lucros líquidos diz respeito. Segundo o balanço de 2015, o banco fechou o exercício financeiro com activos a valerem os 1.229,5 milhões kwanzas e lucros na ordem dos 44,5 mil milhões de kwanzas.

No BFA, Emídio Pinheiro trabalhou ao lado de seis administradores, nomeadamente Mariana Assis, António Matias, Vera Escórcio, Otília Faleiro, Francisco Costa e Manuela Moreira.

O VALOR fez várias tentativas de contactar o banqueiro, mas, até ao fecho desta edição, não obteve qualquer confirmação. No entanto, a imprensa portuguesa dá como certa a ida do banqueiro à CGD. Na Caixa Geral de Depósitos, Emídio Pinheiro poderá integrar uma equipa de sete novos administradores executivos e mais 12 não-executivos. Leonor Beleza e Rui Vilar constam da lista de novos quadros recrutados pelo Governo português para a administração do banco estatal, ambos com as pastas de administradores não-executivos. Chefiado por António Domingues, no cargo de presidente da comissão executiva, Emídio Pinheiro e os sete administradores executivos, entre os quais o CEO do grupo automóvel francês PSA Peugeot Citroen, Carlos Tavares, vão ter a tarefa de devolver a estabilidade e solvabilidade ao banco estatal, que já soma cinco anos de prejuízos avaliados em cerca de dois mil milhões de euros.

O CEO do segundo maior banco comercial angolano em activos chegou à gestão do BFA em 2005, altura em que a entidade era controlada por Fernando Teles, que esteve à frente do banco por 12 anos e que, entretanto, saíra para lançar o Banco Internacional de Crédito (BIC).

O Banco de Fomento Angola é detido pelo luso Banco Português de Investimento (BPI), liderado por Fernando Ulrich, com 50,1%, e pela Unitel de Isabel dos Santos, com 49,9% das acções.

 

Perfil

Emídio Pinheiro é presidente da comissão executiva do BFA desde 2005, sendo que o ingresso para o grupo BPI aconteceu mais cedo, em 1990. Na ‘casa-mãe’, o bancário desempenhou um conjunto variado de funções, incluindo a de administrador executivo do BPI Pensões e BPI Vida e das sociedades gestoras de fundos de investimento do BPI. Formado em Economia, o gestor teve ainda passagens nas áreas comerciais do BPI, como director central, com responsabilidades na Direcção de Emigração e Director Geral da Sucursal de França, além da Direcção de Centros de Investimento e Direcção Comercial de Particulares e Pequenos Negócios da Região de Lisboa da Direcção. Actualmente, é CEO no BFA, vice-presidente da direcção da ABANC – Associação Angolana de Bancos - e membro de direcção do Centro Angolano de Corporate Governance.