Emis ‘culpa’ bancos por atrasos nas transferências via multicaixa
PAGAMENTOS AUTOMÁTICOS. Operadora de rede multicaixa diz não ter culpa no atraso com as transferências e escassez de notas nas caixas automáticas. Administração esclarece que a entidade é apenas intermediária no processo. Explicação “cabe aos bancos”.
A empresa interbancária de serviços, Emis, nega ser responsável pelas constantes falhas registadas em operações nas caixas de pagamento automáticas, que envolvem transferências, levantamentos e pagamentos de serviços, remetendo a explicação para os bancos comerciais.
Em declarações ao VALOR, o seu administrador executivo, Edgar Bruno Costa, garante que a Emis apenas actua como ‘facilitadora’ no processo, cabendo aos bancos comerciais a responsabilidade da activação das “ordens de transferências” e de “crédito às contas” de destinos das operações nas plataformas multicaixa.
“A Emis não tem nada a ver com [as falhas] nas transferências, porque a Emis pega a transferência de um lado e passa para outro. O que acontece é que, para haver transferência, a primeira coisa é que os dois bancos têm de ter os sistemas online”, asseverou.
“Se um dos bancos tiver o sistema em baixa, a transferência não se processa”, justificou Bruno Costa, quando questionado sobre as constantes falhas, falta de dinheiro e erros no pagamento de serviços.
Para todas as operações de transferência, via multicaixa, o tempo máximo estimado é de 24 horas, quando realizadas entre contas de bancos diferentes. Para as operações de contas do mesmo banco, a transferência é automática. Ou seja, ocorre minutos depois da ordem de transferência do titular da conta emissor, de acordo com a Emis.
“A transferência de contas do mesmo banco é automática. Se é automática, quer dizer que o dinheiro não fica na Emis. A Emis apenas faz a ligação. O banco que recebe tem um prazo para fazer o crédito na conta do beneficiário”, explica Bruno Costa.
Das várias transferências realizadas ao longo do dia, e para o caso de contas de bancos diferentes, o processo envolve o Banco Nacional de Angola (BNA). Ou seja, é o banco central que, após a compensação das operações, disponibiliza os fundos de um banco e passa para outro, para que, no dia seguinte, sejam creditados na conta dos beneficiários das transferências.
Questionado sobre as falhas tecnológicas, e sobre o impacto na finalização das transferências, Bruno Costa sublinhou que, “se houver problema da parte da Emis, essas nem sequer ocorrem”, mantendo “intacto” o saldo de conta do emissor da transferência.
Para explicar de falta de notas nas caixas automáticas, a Emis ‘culpa’, por um lado, os bancos, pelos “atrasos na reposição de notas”, e, por outro, os clientes, pelos “levantamentos em massa que fazem, sobretudo aos fins-de-semana e fins de meses, quando são activados os salários”.
IMPACTO DOS MULTICAIXA
Lançado em 2002, a multicaixa é o nome da rede angolana de pagamentos por cartão que tem, por base, o compartilhamento interbancário de caixas automáticas e de terminais de pagamento automático em pontos de venda. Entre as suas várias funções e utilidade, o multicaixa “permite uma grande variedade de transacções sem que o cliente tenha que se deslocar fisicamente a um banco”, além de que as operações realizadas por via deste canal não têm custos associados.
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