Empresa do grupo Mota-Engil factura 570 milhões de kwanzas
CERÂMICAS. Apesar de se debater com a falta de fuel e divisas para a importação de peças de substituição, a Novicer teve crescimento na facturação. A direcção da fábrica garante que é uma empresa “para durar em Angola”.
A Cerâmicas de Angola, Novicer facturou, nos primeiros 10 meses do ano em curso, cerca de 570 milhões de kwanzas, correspondendo a um crescimento na ordem dos 10% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o director da unidade fabril, Miguel Azevedo, ao VALOR, o crescimento já resgiatado mantém a tendência dos últimos anos, mais concretamete desde 2015.
Em termos de produção, a empresa do grupo português Mota-Engil registou uma média mensal de seis mil toneladas, correspondentes a 1,3 milhões de tijolos por mês. Até ao final de 2017, segundo o gestor, prevê-se a produção de 15,7 milhões de tijolos, o que corresponderia a 72 mil toneladas e um crescimento de 16,1%, comparativamente a 2016, ano em que a produção foi de 62 mil toneladas.
A empresa debate-se, no entanto, desde o passado mês de Março, com a falta de ‘fuel oil’ para alimentar o forno que trabalha 24/24 horas.
Face à dificuldade, a empresa passou a fazer recurso ao gasóleo, o que representa custos mais elevados. O gestor estima em cerca de 45% o aumento dos custos da empresa com o combustível e em cerca de 35% o custo de produção do tijolo.
Segundo Miguel Azevedo, a fábrica tem tentado negociar com o Ministério da Indústria a solução do problema. E acrescenta que, dos vários fornecedores do produto, a Sonangol é o que mais tem ajudado a empresa que também se debate com problemas de quebras de energia da rede pública, “situação que pode danificar a maquinaria, apesar de ter melhorado nos últimos anos”.
Além destes constrangimentos, Miguel Azevedo destacou aquele que, nos últimos anos, faz parte das preocupações de grande parte das empresas, falta de divisas. No caso, a empresa necessita, sobretudo, de peças de substituição.
Apesar destes constrangimentos, Miguel Azevedo garante que a empresa está disposta a “ficar e durar” em Angola e que as “vicissitudes” a têm tornado “mais forte a cada ano”.
A unidade fabril foi inaugurada em 2010 numa cerimónia assistida pelos antigos presidentes de Portugal e de Angola, Cavaco Silva e José Eduardo dos Santos, respectivamente. Na altura, a empresa contava com cerca de 80 trabalhadores, tendo reduzido o número em mais de 50%, nos últimos anos, para 48 funcionários.
JLo do lado errado da história