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EMPRESA AJUSTA AGENCIAMENTO

ENDE corta metade dos agentes comerciais

ELECTRICIDADE. Novo modelo de agenciamento transfere competências técnicas para agentes, que agora passam a fazer a reparação de avarias, a execução de pequenas obras. Prestadores de serviços vão reduzir para metade.

 

A Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE) vai reduzir de 91 para 45 o número de agentes prestadores de serviços, que agora passam a realizar tarefas como reparação de avarias, atendimento de reclamações e execução de pequenas obras, soube o VALOR de fonte oficial.

A decisão decorre da restruturação do sector eléctrico que, segundo o director comercial da ENDE, Marcos Balanca, coloca “enormes desafios à distribuição”, cujo desempenho afecta diretamente os segmentos da produção e transporte. No novo formato, os agentes prestarão serviços mais alargados, cobrindo toda a oferta disponível nas lojas da empresa, situação diferente do modelo anterior em que a terceirização abrangia apenas as cobranças, os cortes, as religações e a venda de recargas.

Através de uma ferramenta de gestão, os parceiros da ENDE estarão, no entanto, sujeitos a um controlo mais apertado, que inclui processos de avaliação, cujos resultados ditarão a ‘sorte’ da relação contratual.

Dos 91 agentes que a ENDE controla pelo país, cerca de 80% (72) estão em Luanda, mas os parceiros da empresa na capital, onde justamente começou a ser efectivado o plano de cortes, devem reduzir também para metade.

Sobre a capacidade técnica dos agentes em responder ao novo modelo, Marcos Balanca explica que a selecção será feita mediante concurso público com “requisitos claros”, entre os quais se destacam a capacidade de recursos humanos, as condições da loja de equipamento e os meios financeiros e legais. No entanto, nesta fase experimental, os funcionários dos agentes contratados nos municípios de Viana e Cacuaco, em Luanda, beneficiaram de formação técnica e administrativa, por conta e risco da ENDE. “A ideia é evitar que pessoas sem capacitação técnica intervenham na rede eléctrica”, explica Balanca que admite existir “fiscalização para a efectivação dos compromissos, sobretudo na componente técnica, dos equipamentos e da matéria-prima”.

Até Dezembro, o novo modelo de agenciamento estará implementando a 100% em Luanda, estando, neste momento, em curso, a formação dos agentes dos restantes municípios, à semelhança do que ocorreu em Viana e Cacuaco. Paralelamente arrancaram os trabalhos de base nas outras 17 províncias. Uma das metas da empresa, com o novo quadro, é facilitar o atendimento nas zonas de difícil acesso.