ANGOLA GROWING
MAIOR INVESTIMENTO DEVERÁ SER CANALIZADO PARA LUANDA

Ende investe 930 milhões USD para electrificar cinco províncias

DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA. Fundos são provenientes de uma linha de crédito da China e foram já aprovados por decreto presidencial. Projectos deverão servir para aumentar a capacidade de distribuição de electricidade nas províncias de Cabinda, Luanda, Benguela, Huambo e Huíla.

A Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE. EP) vai investir 60 milhões de dólares para a electrificação das cidades de Cabinda e da Lândana, na província de Cabinda, obra que deve ser executada em 18 meses pela empresa chinesa CBITEC.

O acto de consignação da empreitada, que deverá beneficiar cerca de 30 mil famílias, deve acontecer já na próxima semana, altura em que está prevista a deslocação, a Cabinda, de uma delegação encabeçada pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, e de altos responsáveis da ENDE.

O valor da empreitada, que teve origem numa linha de financiamento da China, será empregue, nomeadamente na construção de três subestações e 100 postos de transformação (PT), indica um relatório da ENDE sobre o projecto em causa, a que o VALOR teve acesso.

Para além de Cabinda, a ENDE, tem também em ‘mãos’ outros projectos de electrificação e ligações domiciliares em curso nas províncias de Luanda, Benguela, Huambo e Huíla, cujos actos de consignação foram já assinados entre os responsáveis da empresa e as empreiteiras chinesas envolvidas no projecto.

Entre as províncias beneficiadas, Luanda deverá receber a maior ‘fatia’ do investimento, calculado em 675 milhões de dólares, para aumentar a capacidade de oferta e expansão dos serviços de distribuição de energia, através da construção de nove subestações, 1000 PTs, para beneficiar mais de 375 mil famílias. A empreitada será executada pela empresa chinesa Sinohydro Corporation, num prazo de 24 meses.

Já os investimentos canalizados para Benguela deverão servir para electrificar o município sede, Lobito, Catumbela e Baía Farta, localidades nas quais deverão ser construídas, no conjunto, quatro subestações e montados 150 PT que, poderão beneficiar cerca de 45 famílias, quando em funcionamento.

A empreitada vai implicar um investimento de 90 milhões de dólares e deverá estar sob a alçada da chinesa CTCE.

No planalto central, Huambo, de acordo com o plano da ENDE, o processo de electrificação vai contemplar o município sede e a Caála e deverá ser executado por outra empresa chinesa, a CMEC, num prazo de 18 meses, atingindo 30 mil famílias.

No Huambo, a Ende prevê a construção de três subestações, 100 PT, num investimento de 60 milhões de dólares. O projecto inclui ainda a construção de uma linha de alta tensão, com 400 quilómetros de extensão, que vai interligar Laúca (Malanje) com Waku-kungo (Kwanza-Sul) e vai terminar no planalto central.

A província da Huíla, é das que herdou a menor fatia do investimento, tendo beneficiado apenas de 45 milhões de dólares para a construção de duas subestações e 75 PTs. A obra em causa deverá ser executada pela empresa chinesa CTCE, num prazo de 18 meses, prevendo-se que venha a beneficiar 22. 500 famílias.

Nos projectos de electrificação a serem implementados, nas cinco províncias, a ENDE prevê instalar o sistema de contagem pré-pago, visando garantir a eficiência e a melhoria da qualidade na distribuição da energia, garantiu o presidente do Conselho de Administração da ENDE, Francisco Talino.