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Ladislau Ventura, presidente da mesa de Assembleia da IIA-Angola

“Enquanto não houver certificação da carreira, dificilmente vamos ter a qualidade pretendida que é cada vez mais exigida nas sociedades e nos mercados”

22 May. 2024 Grande Entrevista

Presidente da mesa de Assembleia da Associação dos Auditores Internos de
 
Angola considera que a ocultação na prestação de informação por parte das administrações é um dos grandes empecilhos ao trabalho dos auditores internos. Ladislau Ventura defende a profissionalização dos auditores para os “valorizar”. E recorda a proposta de lei sobre a auditoria interna está encravada no Ministério das Finanças.

“Enquanto não houver certificação da carreira, dificilmente vamos ter a qualidade pretendida que é cada vez mais exigida nas sociedades e nos mercados”

As avaliações dos auditores internos têm respeitado a ética?

Os auditores internos, pelo menos os associados do IIA Angola, obedecem aos padrões que a nossa organização recomenda. É a advocacia que fazemos para o exercício da profissão. E são duas partes dos padrões, uma que são os princípios gerais para a prática profissional da auditoria interna, e o segundo é o código de ética, em que explica como a profissão deve ser exercida. Damos aos nossos auditores associados, e aos que não são, uma recomendação obrigatória e mandatória de cumprimento do código de ética e que, nas áreas em que trabalha, seja criado um código de ética. Uma oficina de auditoria interna deve cumprir o código de ética internacional, mas também deve criar um código de ética interno. Cada área de auditoria interna é diferente da outra. A auditoria interna na aviação é diferente da auditoria, por exemplo, na saúde, educação, sector empresarial industrial. Por causa desta diferença, recomendamos que cada função de auditoria interna tenha também o seu próprio código de ética que deva ser conhecido por toda administração.

Na generalidade, que análise faz?

Temos cumprido. Estamos a fazer conferência, pretendemos dar instrumentos de como a auditoria interna pode contribuir para melhoria do ambiente ético de cada organização.


É conhecido que os auditores internos várias vezes mostram pareceres favoráveis à administração. Ou seja, não são tão independentes nas avaliações...

Os auditores internos não estão autorizados a trabalhar com artimanhas, têm padrões e devem seguir. Pelo facto de serem internos, são funcionários da organização em que exercem auditoria, têm interesses, mas os interesses devem estar escritos na carta de auditoria interna, onde estão as competências do auditor interno e o que faz. Existem 10 princípios da auditoria interna. Entre os principais, somos a salvaguarda do valor da organização em que pertencemos, por isso, não escondemos nada por debaixo do tapete, mas é exactamente abordar, fazer análise e dizer como é que vamos ultrapassar. E o produto final, de qualquer auditoria interna, são as recomendações, no sentido de resolver as situações que são encontradas que devem ser tratadas. Um relatório, com a análise de auditoria feita, não encontra só problemas, encontra oportunidades que a área auditada, muitas vezes, não está alertada sobre as questões ou não dá tratamento com base nas regras da instituição, que podia dar não só oportunamente, mas com grau de entrega. E cria planos de acção para resolver problemas, se houver, quer de iniciar o uso de oportunidade que existe. Fazendo uma análise ‘swot’, encontramos sempre pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades.

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