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SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR

Ensa seguros acena para transitários

TRANSPORTES. Novo produto da seguradora, que promete proteger o transportador ?em caso de desastre de qualquer natureza, foi apresentado no Lobito onde há uma intensa actividade transitária.

A cidade do Lobito, em Benguela, foi o palco de lançamento do novo pacote de seguros da Ensa, de responsabilidade civil do transportador, serviço que os transitários poderão contratar para assumir as responsabilidades civis ou das mercadorias transportadas, para a protecção de eventuais sinistros que possam acontecer a terceiros.

“O transporte de mercadorias através das vias rodoviárias expõe, diariamente, transportadores e mercadorias, a um conjunto de riscos reais. De forma a tornar o espaço rodoviário mais seguro e com o objectivo de responder às preocupações dos vários operadores deste sector de actividade, a ENSA criou o produto de responsabilidade civil do transportador”, elucidou Osvaldo Júlio, da Ensa, durante a apresentação do produto.

Este pacote, segundo o responsável, cobre os riscos a que as mercadorias estão sujeitas durante o seu transporte, por via terrestre, e pode cobrir, entre outros sinistros, despesas com a limpeza e remediação de impacto ambiental, custos judiciais do foro cível e honorários de advogados.

A contratação do serviço permite igualmente cobrir custos decorrentes da responsabilidade extracontratual por danos corporais ou materiais causados a terceiros, bem como a terceiros causado pela mercadoria no acto de carga, transporte, transbordo e de descarga.

O seguro de responsabilidade civil do transportador, da Ensa, assume dois tipos de apólices: avulso e flutuante. A primeira é destinada aos tomadores que efectuam movimentações de mercadorias de forma esporádica, enquanto a segunda é reservada a tomadores que efectuam, de forma regular, movimentações de mercadorias.

Para aderir ao serviço, o tomador fornece um capital anual, reajustado no final de cada ano, sendo que existem três tipos de coberturas, nomeadamente a de danos às mercadorias, perigosas e a transportada.

A cobertura de responsabilidade civil do transportador “garante o pagamento de indemnização resultante da perda, destruição ou avaria sofrida pelas mercadorias transportadas, caso ocorra um acidente rodoviário durante o transporte, nomeadamente colisões, capotamento, abalroamento ou tombamento do veículo”.

Para o administrador da Ensa, Mário Lemos, contrariamente ao seguro de responsabilidade civil automóvel e de mercadorias, contratado pelo proprietário da mercadoria, o novo produto vem proteger o transportador, em caso de algum desastre de qualquer natureza.

A escolha de Benguela para o lançamento deste produto deve-se, segundo Mário lemos, a importância que o corredor do Lobito representa para a economia nacional e, em particular, para a região da África austral.

Em 2016, o Porto do Lobito registou um volume de mercadoria movimentada de 1,5 milhões de toneladas, mais de 300 navios atracados que embarcaram mais de 12 mil contentores e desembarcaram mais de 15 mil.

As receitas da Ensa, empresa pública líder do sector dos seguros, cresceram 17,6% para os 320 milhões de dólares (quatro mil milhões de kwanzas), em 2015, alcançando 82% dos objectivos da firma, revelou o seu presidente do conselho de administração (PCA), Manuel Gonçalves.

Os resultados da seguradora indicam, no entanto, que mais de metade da facturação (50,06%) cobriu as despesas com as indemnizações pagas às vítimas de sinistro, relacionados com a saúde, automóveis e acidentes de trabalho, que reclamaram, no conjunto, 144 milhões de dólares.