Estado vai aplicar 15% das receitas das privatizações em consultoria
Chairman do IGAPE antevê custos altos com contratação de consultorias ao PROPRIV. E estima que parte do retorno com alienação da posição do Estado em várias empresas pague assistência técnica ao processo. Sonangol abre processo que deve estar concluído até 2021.
O Estado prevê aplicar cerca de 15% das receitas com origem nas privatizações nos custos com o processo, que inclui a contratação de serviços de consultorias ao programa, revelou hoje, 20, o chairman do Instituto de Gestão de Activos e Participação do Estado (IGAPE), Valter Barros.
Projectado para se efectivar em três fases, o conselho de administração do organismo estatal reconhece que o processo encerra “especialidades” que o seu organismo e demais partes envolvidas não dominam, pelo que advinha custos altos com contratação de serviços externos.
“Das receitas das privatizações, 15% vão entrar para custear futuras operações de privatizações. Se reparar, este programa ao nível de consultoria e de prestação de serviços por entidades externas ainda vai ser um programa relativamente caro. Ainda vai consumir recursos financeiros elevados. Há questões de especialidades que nós, entidades públicas envolvidas, não dominamos na totalidade. E vamos precisar de contratar serviços. Estes recursos vão servir para pagar a consultoria”, afirmou Valter Barros, à margem do fórum ‘Mercado de Capitais’, co-organizado pela Comissão de mercado de Capitais (CMC) e o grupo Media Rumo.
Não estão ainda concluídos os estudos sobre os custos do programa, nem quanto pode gerar, de receitas, para os cofres do Estado. Para já, decorrem estudos que, segundo o líder do IGAPE, vão antecipar as mais-valias e menos valias.
“Este valor ainda não temos. Estamos a fazer o estudo que nos levará a este valor. Neste momento, ainda não temos o processo de avaliação das empresas concluído. Estamos na fase de definição dos termos de referência para contratar empresas de consultorias ou as empresas de consultorias que nos vão ajudar neste processo”, sublinhou.
Sobre o nome e número de empresas a contratar, Valter Barros avisa que “vão ser mais do que uma empresa”, por reconhecer que “há empresas cujos negócio tem um grau de complexidade elevado que requer consultores específicos para a fase de avaliação da operação e do mercado em que a empresa se insere”.
Até ao final de 2019, deve estar concluído a primeira fase do PROPRIV, que deve incluir as empresas ligadas ao Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos, com destaque para as empresas fora do corebusiness da Sonangol. A segunda fase arranca no início de 2020 e vai até ao final do mesmo ano, pelo que a terceira e última fase deverá ocorrer em 2021.
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