ANGOLA GROWING
EMPREENDEDORISMO EM FEIRA

Estudantes universitários expõem pequenos negócios em Luanda

EMPREENDEDORES. Estudantes da Universidade Independente de Angola participaram durante três dias na feira de micro e pequenas empresas.

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Pelo menos, 11 micro e pequenas empresas participaram na segunda edição da Feira do Empreendedorismo da Universidade Independente de Angola (UNIA), que teve lugar em Luanda, entre 26 e 28 de Outubro, nas instalações da universidade.

As pequenas empresas, que criaram mais de 100 postos de trabalho, directos e indirectos, foram criadas por estudantes da UNIA e têm menos de um ano. Os pequenos negócios dos estudantes são essencialmente ligados às áreas de restauração, consultoria financeira, comércio, decoração de salões de festa e agricultura.

De acordo com a organização, a feira, que teve a primeira edição em 2014, visa “despertar o espírito empreendedor no seio dos estudantes universitários”, bem como dos visitantes. Além de exposição de produtos e serviços, durante o evento, são realizadas várias palestras e seminários sobre criação, gestão e financiamento de pequenos negócios.

Gedião Mendes, director-geral da ‘Gens’, empresa de decoração, criada há três meses, localizada na Samba, em Luanda, diz que o capital para abrir uma empresa é estipulado em função do negócio que se pretende constituir ou implementar. No entanto, lembra que “50 mil kwanzas são suficientes para constituir a empresa no Guiché Único da Empresa”.

A ‘Gens’, que emprega 11 trabalhadores, comercializa mesas decoradas a 35 mil kwanzas. “Se for com as oito ou 10 cadeiras, o conjunto todo pode custar até 70 mil kwanzas. A pessoa que estiver interessada fica com o nosso contacto e pode contactar-nos para fazermos as vendas, discutindo os preços de acordo com o produto e interesse do cliente”, explica Gidião Mendes.

Jaime de Oliveira, estudante do segundo ano no Curso de Gestão e Marketing, é gerente de imagem de uma empresa, a ‘Kelaves’, vocacionada para a consultoria financeira e explica que muitos feirantes conseguem financiamentos dos seus projectos, por via de investidores convidados a visitar a feira. “Mas também há projectos bons que foram concebidos pelos estudantes e não deram continuidade por causa de promessas de financiamento que não foram cumpridas”.

Pelos seus cálculos, a ‘Kelaves’ precisa de um financiamento de dois milhões kwanzas para manter-se em funcionamento. “Há um crescimento da empresa que dá a garantia de poder pagar o empréstimo num espaço de cinco anos”, garante o estudante-empreendedor.

Uma outra empresa expositora, criada por estudantes da UNIA, foi a ‘VietuVipepa’. A micro empresa é vocacionada para a actividade agrícola e existe há sete meses. De acordo com o seu sócio-gerente, Jorge Couto, o arranque do projecto teve um financiamento bancário de mais de 20 milhões de kwanzas.

O pagamento do crédito será de forma faseada, durante um período de seis em seis meses com uma taxa de 5%,anualmente, explica o entrevistado. VietuVipepa, que emprega 22 pessoas, localiza-se no Bengo, no Projecto Quiminha, tendo levado à Feira do Empreendedorismo da UNIA, milho, mandioca, banana e cana-de-açúcar.

Quem também se fez presente foi a ‘Natssumos’, micro empresa produtora de sumos naturais. Existe há um ano e funciona dentro da UNIA. Com 10 funcionários, começaram com um capital avaliado em 600 mil kwanzas repartido por três sócios. Os funcionários ganham, consoante a produção e comercialização, cerca de 35 mil kwanzas.“Por enquanto, não actuamos em outras áreas, mas estamos abertos a todo o tipo de desafios”, afirmou o director da pequena empresa, João Quifuta.

A próxima edição da Feira de Empreendedorismo da UNIA deverá acontecer dentro de dois anos