EY enumera as dificuldades do pós-pandemia
ANÁLISE. Problemas de tesouraria, incumprimento contratual e falta de matéria-prima são alguns dos desafios perspectivados pela consultora que recomenda “aposta urgente” na digitalização.
As empresas em Angola continuarão a debater-se com dificuldades de “vária ordem”, depois da situação epidemiológica da covid-19, antevê o representante da consultora EY em Angola, Carlos Basto.
“Nem todos os sectores de actividade vão poder reabrir ao mesmo tempo, o que pode dificultar o arranque de alguns. Se os colaboradores continuarem a ter dificuldades para se deslocarem para o local de trabalho, ou se houver matérias-primas essenciais que ainda não recomeçaram a ser produzidas ou cujos stocks em território nacional sejam insuficientes, podem ser necessários alguns meses antes de se poder aspirar a alguma normalidade”, afirma ao VALOR, antecipando que o regresso à actividade pode também ser prejudicado por um aumento do nível de conflitos entre empresas e colaboradores.
“As dificuldades de tesouraria podem ainda subsistir durante algum tempo, resultando no incumprimento de contratos. Em casos mais graves, isto pode mesmo determinar a inviabilidade de alguns negócios, que serão forçados a fechar. A somar a tudo isto, a crise do preço do petróleo que irá ter um impacto brutal na economia que, de uma potencial recuperação, passará a ter uma provável recessão”, observa.
Carlos Basto considera o actual momento de crise como “uma oportunidade” para as empresas angolanas transformarem os negócios, colocando “desafios importantes” no investimento em tecnologias, já que, depois da pandemia, a dinâmica no mundo do negócio “não será a mesma”. “As empresas podem ver esta crise como uma oportunidade de transformar o seu negócio, dando um impulso decisivo na digitalização.
Os empresários devem pensar no que tudo isto representa para a estratégia das suas empresas”, desafia, acrescentando ser “importante revisitar a resiliência das cadeias de abastecimento ou dos modelos de negócio e pensar estrategicamente no que pode ser feito para se recuperar desta situação de forma tão rápida quanto possível, criando resiliência para futuras crises desta natureza”.
De forma a auxiliar as empresas na tomada de decisões, a consultora disponibilizou a linha EY Pandemia. E as principais preocupações apresentadas pelos empresários, até ao momento, prendem-se com a baixa do preço de petróleo e dos diamantes, a capacidade de manter as empresas a funcionar, o pagamento de salários, o acesso às matérias-primas e fornecedores internacionais, além da liquidez para fazer face ao momento.
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