Fábrica de telemóveis escapou à falência
INDÚSTRIA. Projectos adiados, entre os quais telemóveis inteligentes, devem ser lançados ainda no decorrer deste mês. Internacionalização da marca e venda de aparelhos a crédito constam das ambições da empresa.
Apanhada de surpresa pela pandemia, quando contabiliza apenas um ano e três meses de operação, a fábrica de montagem de telemóveis Lisa Pulsaris Electrónic (Lisa) foi obrigada a paralisar totalmente a produção, no seguimento da decretação do estado de emergência, em Março passado.
Em Agosto, acabou por retomar a actividade, mas por pouco tempo, apenas para responder a uma solicitação de 2018 das operadoras Unitel e Movicel para a montagem de cinco mil telemóveis.
Com a operação, entretanto, novamente suspensa, arrastando-se até ao presente exercício, a empresa esteve à beira de encerrar completamente as portas, segundo o seu CEO, Morato Custódio.
“Quando se dá a pandemia, propriamente o Estado de Emergência, estávamos há pouco mais de um ano no mercado. Podemos dizer que, se não fosse o esforço dos accionistas, a empresa hoje estaria fechada”, insiste.
A suspensão da actividade levou ao adiamento do lançamento do tablet e do smartphone da empresa, mas, com as perspectivas de retoma das operações, este último produto deve ser lançado já ao longo deste mês, plano que determinou também a manutenção dos 152 empregos.
Em relação a telemóveis, de um total de 250 mil, Morato Custódio espera colocar no mercado pelo menos 10 mil aparelhos inteligentes a preços a variar entre 40 e 50 dólares. “Temos um mercado em recessão, o poder de compra, neste momento, é baixo, a nossa estratégia é fomentar a inclusão digital por intermédio de smartphone de baixo custo para o utilizador final”, refere, justificando a indexação dos preços ao dólar pela oscilação do kwanza nos últimos anos.
Morato Custódio espera também negociar com as operadoras de telefonia e bancos a facilitação de crédito para a aquisição de telemóveis por pessoas de baixa renda, admitindo a hipótese de pagamentos faseados ao longo de um ano. Outro objectivo passa pela internacionalização da marca ainda em 2021, começando pela SADC, estando já identificados potenciais clientes no Botsuana, Moçambique, Zimbábue e Namíbia.
Com uma capacidade instalada de produzir 390 mil telemóveis por mês, no primeiro ano de operação, 2019, chegou no pico de 30 mil telemóveis por mês. Neste número constam os telemóveis solicitados pelas operadoras Unitel, Laranjinha, e Movicel, moranguinho, e outras 70 mil unidades vendidas sob a égide da marca Lisa. A produção no referido ano equivaleu a receitas de 5 milhões de dólares.
JLo do lado errado da história