Fábrica precisa de 600 mil dólares para evitar encerramento
INDÚSTRIA. Pelo menos 30 trabalhadores, de um total de 150, ?já foram despedidos pelo grupo FLO-TEK, por causa da redução da actividade da empresa. Em causa, a crise de divisas.
O grupo FLO-TEK precisa de cerca de 600 mil dólares por mês para fazer importação de matérias-primas para as duas linhas de produção, FLOT-TEK E PAS-TEK, localizadas no Pólo Industrial de Viana, em Luanda, evitando, deste modo, o encerramento da fábrica. Desde Maio de 2015, tem dificuldades em pagar os fornecedores no estrangeiro. “Estamos muito mal, são muitas perdas”, lamentou o director financeiro da firma, Vijay Raghavan.
Enquanto os dólares não chegam, a empresa, que tem 150 funcionários, já despediu 30, tendo reduzido também o número de turnos, de três para um. As duas linhas fabricam produtos de plástico, como baldes, contentores de lixo, tubos de canalização de água e irrigação e tanques de água e de combustíveis, enquanto a PLAS-TEK fabrica preformas de garrafas de plástico, utlizadas pela indústria de refrigerantes, água mineral e óleo vegetal, baldes de tinta e embalagens.
A importação é feita na China, Malásia, Tailândia, Coreia do Sul e Africa do Sul. No entanto, segundo o director financeiro, os fornecedores perderam confiança na empresa, devido às dificuldades no pagamento dos materiais. “Neste momento, praticamente estamos sem ‘stocks’. Há muita coisa que se importava e agora passamos a produzir em Angola, mas as matérias-primas temos de ir buscá-las no estrangeiro. Se tivermos os dólares, funcionamos normalmente e chamamos os trabalhadores já despedidos”, assegura.
Vijay Raghavan não precisou o volume de negócio da empresa, mas apontou uma queda na ordem dos 40% nos lucros anuais. A FLOT-TEK tem uma quota de mercado acima dos 50% e vende maioritariamente em Luanda. Criada em 2004, começou a funcionar, de facto, em 2008, tendo um investimento de cinco milhões de dólares na construção da fábrica. A produção da Flo-TEK e PLAS-TEK é feita à base de energia de geradores e águas de cisternas de camiões, já que, embora tenha electricidade da rede pública, esta não é suficiente para movimentar todas as máquinas da fábrica, o que obriga a empresa a comprar mensalmente 90 mil litros de gasóleo. A fábrica, do Pólo Industrial de Viana, também não beneficia de água, distribuída pela empresa pública de água, EPAL. Deste modo, a FLO-TEK desembolsa, pelo menos, um milhão de kwanzas/mês para água, de camiões-cisterna.
JLo do lado errado da história