Fábricas e residências disputam lugares em zonas de elevada poluição
AMBIENTE. Moradores queixam-se de situações extremas de poluição, com perigos para a saúde. Fábricas respondem que muitos habitantes é que se encostaram a lugares poluídos ao longo dos anos. Ambientalistas sugerem a criação de planos directores.
Várias zonas residenciais, em Luanda, são obrigadas a conviver com fábricas, que lançam e despejam compostos químicos, diariamente, para o ar, causando uma carga de poluição ambiental, enquanto algumas unidades fabris se queixam de alegadas “invasões” de moradores.
Com o desenvolvimento económico, abriu-se também uma nova frente em Luanda: a necessidade de expandir a cidade levou a que zonas residenciais começassem a conviver com algumas unidades fabris e vice-versa.
No bairro Capalanga, em Viana, por exemplo, muitos moradores reclamam da poluição causada pela fábrica Madar, que se dedica à produção de produtos de limpeza, como detergentes, sabão em líquido e lixívia. Os moradores do bairro queixam-se da intensa e diária libertação de maus cheiros, fumaça e do resto de alguns produtos químicos, quando a unidade se põe a fabricar.
Os moradores acusam a fábrica de “sujar” as propriedades, devido ao fumo e à poeira, e até de “causar danos” nas habitações devido à “vibração”.
Joaquim Calungo, um dos moradores mais afectados, lamenta, ao Valor Económico, o “transtorno” que a instalação da unidade fabril lhe causou nos últimos anos. “Vivo aqui há 20 anos. Esta fábrica da Madar encontrou-me, na altura, já havia muitas residências neste bairro. É triste. As pessoas não podem só pensar no rendimento, ou seja, não se pode prejudicar os outros para tirar algum lucro”.
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