“Falta confiança de muitos, tanto de empresários como do executivo. Há mais conversas do que prática”
Empresário há 23 anos em Angola, Li Yu contesta que haja horários de trabalho para serem cumpridos e gostaria que Angola adoptasse alguns métodos chineses. Contesta ainda a acção da Aniesa e do SIC. Tem a mobiliária E&A como a empresa mais notável, mas aposta forte na agricultura.
Por causa do seu filho, que é o capitão da selecção angolana de futebol da categoria de sub17, falámos sobre futebol e disse que Angola tem muito mais potencial do que aquele que conhecemos e não apenas no futebol. Quer comentar esta sua afirmação?
Angola tem muito mais potencial do que o que temos agora. Os angolanos não acreditam. Falta acreditar, organizar e apostar. Temos muitos jogadores fortes, de qualidade. O treinador Miller Gomes tem estado a fazer um bom trabalho. Está a captar os miúdos que estão a jogar fora do país, isso é importante, sentir o carinho da nação. A selecção está muito bem, temos muitos mais talentos do que podemos imaginar, temos muito mais do que aqueles que estamos a imaginar. E isso serve tanto para o desporto como para outras áreas. Muito mais, só que muita gente não acredita.
Discorda então da afirmação de que um dos maiores problemas em Angola, para as empresas, por exemplo, são os recursos humanos?
É a falta da chamada mão-de-obra qualificada. Se chamarmos mil pessoas para uma determinada área, só terá cem mestres, o resto serão ajudantes. Mas é um processo de formar, ensinar. Realmente falta muita mão-de-obra de qualidade. É uma dificuldade para o sector empresarial.
O senhor tem um grupo empresarial com investimentos em várias áreas. Pescas, agricultura, mobiliário. Em qual delas tem mais dificuldades em encontrar profissionais qualificados?
Em todos os sectores temos dificuldades. Por exemplo, na pesca, não temos engenheiros electrónicos, temos muitas dificuldades para controlar a energia. No sector agropecuário, temos um projecto de suínos, aí temos maiores dificuldades em todas as áreas. Nas áreas para ração, para cruzamento em laboratório, para a inseminação. Em todas as cadeias, temos dificuldades. Quase não conseguimos encontrar profissionais. Temos de fazer uma recruta forte para depois formar. Recentemente, chegou uma nossa funcionária, que mandámos para a China para fazer formação para, depois, formar outros, e assim, pouco a pouco, a gente vai começando.
Os investimentos do vosso grupo estão limitados aos sectores que citei ou existem outros? Estamos focados em vários sectores, mas o foco maior, neste momento, é a produção nacional. A produção do arroz, da batata e o da suinocultura.
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