Falta de docentes qualificados trava pesquisa científica na UJES
DIFICULDADES. Escassez de recursos materiais e financeiros compromete igualmente trabalhos de extensão universitária em unidades orgânicas no Huambo, Bié e Moxico. A crise já forçou a redução de vagas no presente ano académico.
O reitor da Universidade José Eduardo dos Santos (UJES), Cristóvão Simões, admitiu, na semana passada, no Huambo, que a instituição que dirige desde 2009 está com “dificuldades” para realizar trabalhos de investigação científica, devido à “falta de quadros suficientemente qualificados”.
Na base do problema, segundo o académico que falava em conferência de imprensa, está igualmente a “escassez de recursos materiais e financeiros”, o que tem limitado a UJES a desenvolver apenas actividades ligadas ao ensino. É por este motivo, justifica Cristóvão Simões, que também “não estão a ser realizados trabalhos de extensão universitária” naquela instituição do ensino superior pública que conta, para além da sede no Huambo, com unidades orgânicas no Bié e no Moxico.
“É difícil falar em termos de pesquisa, investigação e extensão universitária, já que temos mais dificuldades, porque envolvem meios materiais e humanos mais sofisticados que nem sempre possuímos”, justificou.
O médico avançou ainda que a publicação de artigos e obras literárias e científicas é bastante escassa na UJES, apesar dos esforços contínuos que têm sido feitos para se ultrapassar o quadro actual.
Apesar das dificuldades, o reitor esclareceu que, para garantir a extensão universitária, têm sido realizadas algumas acções, essencialmente nos cursos de saúde, em que são desenvolvidos actos positivos junto dos hospitais e das comunidades.
Para o presente ano académico, a UJES disponibilizou 2.200, contra as 2.745 do ano passado, uma redução de 545 lugares, que, segundo o reitor em declarações à Angop em Dezembro, se deveu à “insuficiência de infra-estruturas”.
Localizada na V Região Académica, a UJES tem nove unidades orgânicas, nomeadamente as Faculdades de Ciências Agrárias, Medicina Humana, Medicina Veterinária, Economia, de Direito, o Instituto Superior Politécnico (ISP), todas localizadas no Huambo, e as Escolas Superiores Politécnicas (ESP) no Bié e no Moxico.
ESP Bié quer formar mestres
O chefe de departamento para os assuntos académicos da Escola Superior Pedagógica do Bié, afecta à UJES, Aristides Jaime Yandelela Cambuta, garantiu que estão criadas as condições para a abertura do Instituto de Formação de Mestrado. Para já, segundo o responsável, a instituição está a negociar, desde o mês passado, junto do Ministério do Ensino Superior para a materialização do projecto.
A ESP conta com nove professores doutores, formados nos últimos três anos, estando 10 em formação, além dos 14 mestres e 30 em formação no país e no estrangeiro, tendo como foco incentivar licenciados que queiram dar continuidade à formação.
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