ANGOLA GROWING
Por via do comunicado Nº 18/463, no seu website

FMI contraria expectativa do Governo e só já vai dar 3,7 mil milhões USD

Angola já não vai receber 4.500 milhões de dólares do FMI como previa o ministro das Finanças em Agosto último. FMI cortou 800 milhões às expectativas do país e só vai libertar 3.700 milhões. Do total a canalizar, 990,7 milhões chegam imediatamente. Directora do organismo (na foto) escala Luanda a 20 deste mês.

Largarde

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou ontem, 7, que Angola vai receber um pacote de ajuda externa no valor de 3.700 milhões de dólares, 800 milhões abaixo dos anseios do Executivo que estimou receber fundos na ordem dos 4.500 milhões, para apoiar o programa de reforma económica e fiscal do país.

Através do comunicado nº18/463 no seu website, o FMI indicou que 990,7 milhões de dólares do total serão "disponibilizados imediatamente para Angola". "O montante remanescente será escalonado ao longo da duração do programa, sujeito a revisões semestrais", acrescentou.

O dinheiro chega ao país ao abrigo do Programa de Financiamento Ampliado (Extended Fund Facility - EFF), que tem foco na sustentabilidade fiscal, na redução da inflação, na promoção de um regime cambial mais flexível, na estabilidade do sector financeiro, mas também na "promoção do desenvolvimento humano, na reforma do sector público, na diversificação e no crescimento inclusivo", como explicou o director executivo-adjunto do FMI, Tao Zhang, na mesma nota.

"A consolidação fiscal é um elemento central do programa. O plano das autoridades é aumentar as receitas não petrolíferas, incluindo a introdução de um imposto sobre o valor acrescentado, eliminando subsídios", apontou, Tao Zhang, acrescentando que "a salvaguarda da estabilidade do sector financeiro é fundamental para o sucesso do programa”. “As autoridades planeiam melhorar a governabilidade e a gestão do risco de crédito nos bancos públicos", disse o responsável.

A protecção das classes mais pobres e vulneráveis é outro elemento chave no programa. O real valor da ajuda chega numa altura em que a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, tem agendada uma visita a Angola de 20 a 22 de Dezembro, e tem previstos encontros com o Presidente da República João Lourenço, com a equipa económica do Governo e com líderes femininas, bem como outras actividades, com destaque para a participação em programas de caridade existentes no país.