FMI receia que Governo ‘puxe travão de mão’ nas reformas devido às eleições e nota já desaceleração
ANÁLISE. Fundo Monetário Internacional nota que o Governo está a afrouxar na implementação das reformas recomendadas ao abrigo do empréstimo de 4,5 mil milhões de dólares. E recomenda a retomada no cumprimento das medidas para que o país possa aumentar resiliência perante choques externos.
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mbora a apreciação da situação económica em Angola no ano passado tenha sido considerada ligeiramente “positiva”, no relatório de avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI) a ser publicado nas próximas duas semanas, a organização, pela primeira vez dá um ‘puxão de orelha’ ao governo de João Lourenço, em decorrência do abrandamento das reformas económicas, sobretudo no domínio fiscal, com destaque para a retirada dos subsídios aos combustíveis que não será efectivada integralmente em 2025, como projectava o Governo.
No documento, cujo resumo foi tornado público nesta segunda-feira, 25, o FMI entende que o “início antecipado do ciclo político ameaça abrandar a implementação das reformas económicas”, numa alusão à aproximação das eleições gerais, previstas para 2027. Nesta terça-feira, 26, em esclarecimentos à imprensa, o representante do FMI, Victor Lledo, reforçou a tese com a observação de que já existe abrandamento das reformas acordadas no âmbito do acompanhamento pós-financiamento de 4,5 mil milhões de dólares.
“Vemos também um pouco de desaceleração das reformas. Estamos falando de desaceleração. As reformas continuam, o ajuste continua, mas não ao ritmo que nós consideraríamos que fosse o mais apropriado”, observa o economista residente.
O abrandamento é verificado, por exemplo, na reforma da política fiscal. Victor Lledo explica que a consolidação fiscal é muito importante para gerar “amortecedores fundamentais” de que o país precisa para aumentar a sua resiliência perante choques externos. “Só que a nossa observação é que esse processo de consolidação está desacelerando”, insiste, acrescentando uma das recomendações constantes no relatório que passa pela consolidação adicional por ano de pelo menos um ponto percentual do PIB.
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