Fontes hídricas no Huambo “em risco”
AGRICULTURA. Especialistas apontam a agricultura familiar mecanizada como um dos problemas ambientais frequentes na província, por colocar em perigo de extinção muitas espécies da fauna e flora locais.
O desmatamento intenso das florestas naturais no Huambo está a colocar “em risco” a continuidade das fontes hídricas, uma situação que “pode ocasionar problemas ecológicos, económicos e sociais”.
O alerta foi feito recentemente pelo docente e ambientalista César de Osvaldo Pakissi, que, em declarações à Angop, sugeriu igualmente a necessidade da definição de uma estratégia exequível para pôr fim ao derrube das florestas locais.
“Estamos a viver um problema ambiental que já começa a ser preocupante, porque há menor volume de água nos principais leitos e, apesar desta situação, tudo indica que o problema se vai agudizar com o tempo, comprometendo, assim, o uso das principais nascentes que dão sustento às bacias hidrográficas importantes”, alertou.
Para o professor universitário, uma das consequências imediatas do desmatamento das áreas florestais é o assoreamento dos leitos das nascentes hídricas, a perda da biodiversidade e uma maior dependência de recursos hídricos, que, acredita, já estão “indisponíveis”, essencialmente no sector da agricultura, facto que “pode causar fome às famílias”.
A realização constante de uma agricultura familiar mecanizada, de acordo com César de Osvaldo Pakissi, também é um dos problemas ambientais frequentes na província, por colocar em risco de extinção muitas espécies animais e vegetais.
Segundo o ambientalista, o Huambo é a região mais importante do país em termos de reabastecimento de água, sendo, por isso, necessário dar-se a devida importância às fontes hídricas. Por isso, recomenda o reforço acções de educação ambiental, formal e informal, privilegiando as crianças, para que a população adopte práticas de conservação e protecção do ambiente.
O ambientalista recomenda igualmente a criação de aldeias ecológicas e a implementação de um viveiro de árvores para o repovoamento das florestas, a promoção de uma fiscalização ambiental mais eficiente, a aplicação de sanções e multas aos que degradam a natureza, assim como a implementação de políticas de sensibilização dos camponeses para reduzir o impacto negativo sobre o ambiente.
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