ACUSAÇÕES DOS PESCADORES SÃO CONTESTADAS PELO GOVERNO

Fraca fiscalização, exportação descontrolada e aumento de arrastões levam à escassez de peixe

19 Mar. 2025 Economia / Política

PESCA. Empresários do sector suspenderam mais de 1.000 contratos em Benguela e no Namibe, entre Novembro de 2024 e Fevereiro deste ano, devido à fraca captura de pescado. Representante do Ministério das Pescas e Recursos Marinhos “reconhece” existência de “dificuldades” no Sistema Nacional de Monitorização, Controle e Vigilância, mas refuta acusações dos pescadores.

Fraca fiscalização, exportação descontrolada e aumento de arrastões levam à escassez de peixe

A “fraca fiscalização” e o “aumento da pesca de arrasto, grande parte das vezes praticada de forma ilegal em zonas protegidas” estão entre as “muitas zonas cinzentas” que concorrem para a cada vez maior escassez de peixe, segundo diversos agentes do sector com quem o Valor Económico conversou. 

O presidente da Associação de Pesca Artesanal Semi-Industrial e Industrial de Luanda (APASIL), Manuel Azevedo, defende que o grande desafio do sector, além dos aspectos ligados à alteração climática, passa pelo combate à pesca ilegal de arrasto que está a deixar o mar angolano cada vez mais empobrecido e vazio de biomassa para a reprodução das espécies pelágicos e demersais. E alerta também para a necessidade de um maior controlo da exportação do pescado. 

“As grandes embarcações, normalmente, não têm descanso, estão sempre a pescar, sem dar margem para o desenvolvimento desses recursos marinhos. Eles são seres vivos, também precisam de tempo para se desenvolverem, então os arrastões precisam ser feitos com alguma moderação. Depois, muitas dessas embarcações levam o peixe capturado nas nossas águas para fora. Sou armador, todo o peixe que capturo é destinado a abastecer o mercado interno. Se calhar, posso estar a ferir alguma sensibilidade, mas a triste realidade é que nós temos muitos empresários nacionais e estrangeiros que apanham o nosso peixe, processam o produto e preferem exportar para os países vizinhos. Infelizmente, o nosso peixe está a sair das nossas fronteiras, e sem o devido controlo”, observa.

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