FSDEA reforça com 180 milhões USD o Porto de Caio
NOVAS APLICAÇÕES. Dinheiro tem origem na unidade de investimento para infra-estruturas Private Equity, capitalizado com 1,1mil milhões USD. O desembolso deve sair em duas fases, com a construção de terminal de 630 metros de comprimento e um estaleiro naval moderno. Os activos do Fundo valem hoje 4,7 mil milhões de dólares.
O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) prevê aplicar cerca de 180 milhões de dólares no reforço das obras de construção do primeiro porto de águas profundas em Angola [o Porto de Caio], revela uma nota da entidade.
De acordo com o documento, que resume os investimentos realizados e actualiza os activos, com referência ao segundo e terceiro trimestres de 2016, o desembolso vai dar lugar ao primeiro porto de águas profundas e será desenvolvido em duas fases, incluindo a construção de um terminal de 630 metros de comprimento e um estaleiro naval moderno, além de um porto seco, uma zona industrial e outra franca.
O presidente do conselho de administração do FSDEA, José Filomeno dos Santos, considera que a aplicação de recursos em sectores de apoio à actividade comercial “ajudam na lucratividade e na resistência aos riscos associados aos paises africanos”.
“Alocar capitais às infra-estruturas marítimas e de apoio logístico e industrial em Angola permite diversificar outros investimentos nos mercados financeiros internacionais presentes na carteira do FSDEA. Através deste projecto, em particular, prevemos criar mais de 20 mil empregos e agregar mais valores conducentes ao desenvolvimento nacional”, garante Filomeno dos Santos, citado na nota.
Segundo o balanço, o FSDEA tem activos avaliados em 4.755 milhões de dólares. Da carteira de investimentos, destacam-se as aplicações em títulos e valores mobiliários, com 1.833 milhões de USD, os activos de renda, avaliados em 1.179 mil milhões de dólares, equivalentes a 64,3% aos investimentos líquidos.
Foram ainda aplicados 16,4% do capital de 1,1 mil milhões de dólares do fundo de Private Equity para Infra-estruturas, dedicados a um projecto de infra-estrutura marítima e de apoio logístico e industrial, e mais 14,8% do capital de 220 milhões de dólares do fundo de Private Equity para silvicultura, este último “investidos num polígono florestal de larga escala”.
Até Setembro de 2016, foram ainda utilizados 7,3% dos 250 milhões de dólares relativos ao fundo de Private Equity para agricultura, destinados a sete fazendas de larga escala, com uma área total de 72.000 hectares.
GERAR RIQUEZA
Do ‘bolo’ de Private Equity destinados à silvicultura (220 milhões), já sairam 32,5 milhões de dólares investidos num polígono florestal destinado à produção sustentável de madeira, consistem ainda numa concessão de 80 mil hectares.
“Este investimento visa alcançar ganhos elevados de cariz económico e também social já em 2016”, assume a administração de Filomeno dos Santos, para quem a implementação destes projectos “tem promovido práticas sustentáveis de exploração da madeira e proporcionado programas de desenvolvimento para a comunidade local, que leva a enormes benefícios comunitários através da prestação de segurança no trabalho e na economia da região”.
Do Private Equity para agricultura, já foram aplicados mais 18,2 milhões de dólares, dedicados a sete projectos agrícolas. Segundo o FSDEA, o investimento público nas infra-estruturas agrícolas é dos que mais cresceu, durante a última década, no continente.
SEGURANÇA ALIMENTAR
O Fundo prevê que os rendimentos futuros “possam ser reforçados por uma gestão de cariz comercial e aplicação de técnicas mais eficientes de produção a médio prazo”. Já o fomento da agricultura, “é indispensável para a segurança alimentar de África, para o comércio intra-continental e para a criação de fontes sustentáveis de rendimento para as nações, baseadas nos mercados internacionais de commodities e no agro-negócio”.
“Temos vindo a materializar o propósito do fundo de investir em sectores estratégicos para o desenvolvimento nacional, através dos sete fundos de private equity que constituímos de 2014 à 2015”, sublinha o gestor público.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...