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Furacão Irma arrasa paraíso das Caraíbas

11 Sep. 2017 Valor Económico Mundo

IMPASSE POLÍTICO. As atenções noticiosas mundiais desviaram-se no início da semana da tensão na península coreana para a região das Caraíbas e Estados Unidos, na medida em que se aproximava o furacão Irma, um dos mais poderosos e devastadores das últimas décadas.

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O fenómeno natural começou por atingir as Bahamas, zona altamente turística e habitualmente calma. O furacão atingiu fortemente as ilhas de Turcos e Caicos e as Ilhas Virgens, antes de evoluir também para Cuba.

Durante a sua passagem inicial, a combinação de temporal e fortíssimos ventos provocou vários mortos e destruição incalculável, mas, curiosamente, ´poupou´ a costa norte do Haiti, o país mais pobre da região.

A próxima paragem seria a Florida, nos Estados Unidos, onde as autoridades prepararam uma série de medidas sem precedentes.

Entretanto, a caminho dos EUA, o Irma baixou para a categoria 4, a segunda mais alta na escala Saffir-Simpson, mas continuava “extremamente perigoso”, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC).

A passagem pelo Caribe foi devastadora: duas pessoas morreram no Porto Rico, quatro nas Ilhas Virgens americanas, uma em Barbuda e cinco na ilha de Saint Martin (quatro do lado francês e uma do lado holandês).

Cuba esperava a passagem do furacão durante a noite de sexta-feira. As autoridades decretaram alerta máximo em sete das suas 15 províncias e obrigaram à retirada de 10 mil turistas estrangeiros.

Quase um milhão de pessoas receberam ordens de deixar áreas costeiras de Flórida e Geórgia, na maior evacuação maciça nos Estados Unidos em 12 anos.

“Será realmente devastador”, antecipou, quinta-feira, o diretor da Agência Americana de Gestão de Emergências (Fema), Brock Long. Depois do Irma, o Caribe enfrentará a fúria de outros dois furacões: José e Katia. O primeiro, que seguia a trajetória de Irma, ganhou força na quinta-feira e subiu para categoria 3, com ventos de até 195 km/h, segundo o NHC. Katia, de categoria 1, deve chegar à costa do estado mexicano de Veracruz também na sexta-feira.

Durante a passagem pelo Caribe, o Irma deixou pelo menos 23 mortes, segundo confirmação dos governos regionais: uma criança em Barbuda, uma em Anguila, três em Porto Rico, quatro nas Ilhas Virgens americanas, outras quatro nas Ilhas Virgens britânicas, nove na parte francesa da ilha Saint Martin e um na parte holandesa.

Com rajadas de vento que chegaram a 295 km/h, o furacão varreu pequenas ilhas caribenhas como Saint Martin, onde 60% das casas ficaram inabitáveis.

“Parece como se uma podadora gigante tivesse descido do céu e passado pela ilha”, explicou Marilou Rohan, moradora afectada. “As casas foram esmagadas e as pessoas não têm esperança, vemos em seus olhos”, acrescentou Rohan nesta ilha conhecida pelas praias paradisíacas e cujo território França e Holanda compartilham.

As autoridades francesas confirmaram nove mortos em Saint Martin e 50 feridos. Do lado holandês, houve pelo menos um morto. A ministra francesa de Ultramar, Annick Girardin, que percorreu Saint Martin na quinta-feira, disse que viu alguns saques.

Horas antes, o Irma era um furacão de categoria 5, a máxima, chegando a gerar ventos de 295 km/h durante mais de 33 horas, um recorde desde o início do monitoramento por satélites em 1970. As fortes rajadas arrancaram tectos, esmagaram embarcações e deixaram escombros por todo lado. Aeroportos, portos e linhas telefônicas ficaram fora de serviço.

Segundo a Cruz Vermelha Internacional, o furacão afectou 1,2 milhões de pessoas, mas admitiu que a cifra poderia chegar a 26 milhões.