Galp encolhe 17%
PETRÓLEO. Recuo na produção, em Angola, é justificado com “declínio natural” dos campos do bloco 14. Desempenho global avança 20%.
A produção petrolífera líquida da Galp, em Angola, caiu cerca de 17%, no primeiro semestre de 2018, face ao período homólogo, passando de uma média diária de 6,6 mil barris para os 5,4 mil.
No relatório referente aos primeiros seis meses do ano, a petrolífera justifica a redução com o “declínio natural dos campos do bloco 14”.
Contrariamente ao desempenho em Angola, no mesmo período, a produção líquida global da empresa portuguesa registou um crescimento de 20%, para os 104,7 mil barris por dia, assegurados, sobretudo pela actividade no Brasil. A produção no país sul-americano cresceu 23%, para os 99,3 mil barris por dia.
O relatório refere que o investimento em desenvolvimento e produção atingiu os 105 milhões de euros, alocados principalmente nos blocos BM-S-11, no Brasil, e no 32, em Angola.
Em 2017, a produção global em Angola atingiu uma média de 7,9 mil barris de petróleo por dia, realçando uma diminuição de 19%, face a 2016, “causada pelo declínio natural dos campos”.
O relatório de 2017 assinala que, neste exercício, foram reconhecidas imparidades em Angola de 45 milhões de euros, “resultado de uma probabilidade de desfecho negativo relativamente às negociações dos termos fiscais”.
Números à parte, no ano passado, a companhia esteve também focada na conversão das duas FPSO feitas em Singapura e alocadas ao bloco 32, além de ter executado a campanha de perfuração de 22 poços num total de 59 planeados para o desenvolvimento do campo de Kaombo.
A primeira da unidade flutuante de produção, armazenamento e descarregamento de petróleo em rama, o Kaombo-Norte, entrou em funcionamento a 27 de Julho, com a perspectiva de que venha a ser o maior projecto de águas profundas recentemente desenvolvido em Angola, a 260 quilómetros da costa de Luanda. A previsão é que atinja cerca de 115 mil barris de petróleo por dia, de acordo com o comunicado da Sonangol.
A segunda unidade para o mesmo bloco, o FPSO Kaombo Sul, deve entrar em produção em 2019, prevendo-se ter uma produção combinada das duas unidades e atingir 230 mil barris de petróleo/dia.
A petrolífera portuguesa detém activos em produção nos blocos 14 e 14k, através de duas plataformas, nos campos Benguela-Belize-Lobito-Tomboco (BBLT), Tômbua-Lândana e Kuíto que se encontram em fase de declínio natural.
A Galp Energia fechou 2017 com lucros de 602 milhões de euros, 25% acima do resultado líquido de 483 milhões de euros registado no ano anterior. Os lucros ficaram acima do esperado pelos analistas do banco português BPI, que antecipavam 593 milhões de euros e ligeiramente abaixo das estimativas do luso Caixa BI que apontavam para 604 milhões.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...