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Em Conselho de Ministros

Governo aprova aumento do salário mínimo em 50%, sindicatos querem mais.

O Governo aprovou hoje, em Conselho de Ministros, o aumento do salário mínimo nacional em 50%. Este aumento também serve para os montantes do salário mínimo dos grandes agrupamentos económicos, nomeadamente da agricultura, transportes, serviços, indústria transformadora e extractiva e o comércio.

Governo aprova aumento do salário mínimo em 50%, sindicatos querem mais.

O Governo justifica a medida como “resposta à degradação do poder de compra dos trabalhadores”.

Na página da Presidência da República no facebook, o Governo reforça que a medida é o “resultado de um amplo processo de auscultação e debate com os sindicatos e empregadores a nível de todo o país”.

O projecto, em forma de lei, vai a debate na Assembleia Nacional.

A semana passada, o jornal Valor Económico tinha revelado, em exclusivo, essa intenção do Governo.

Sindicatos querem mais

Na sexta-feira, o Presidente da República anunciou, enquanto líder do MPLA e num encontro partidário, a intenção do Governo em aumentar o salário mínimo nacional, mas não deu mais detalhes.

Os sindicatos querem aumentos, mas exigem mais do que 50%. O secretário-geral do da União Nacional dos Trabalhadores de Angola - Confederação Sindical (UNTA-CS), José Joaquim Raimundo, por exemplo, explicou que um aumento do salário mínimo nacional aceitável não pode ficar abaixo dos 100 mil kwanzas, diferente da proposta do Governo. "Tanto a proposta do executivo, que é bastante baixa, quer do grupo de empregadores, que também é baixa, não encontra e nem vai encontrar aceitação do movimento sindical angolano no seu todo", avisou

Já o secretário-geral da CGCILA, Francisco Jacinto, propõe um salário mínimo nacional superior a 80 mil kwanzas, sendo que o ideal seria fixá-lo em 180 mil kwanzas.

A Rádio Essencial, Francisco Jacinto explicou que esse tecto radica da concertação do Movimento Sindical que já terá entregado “uma proposta concreta”, ao Governo, sublinhando que “não se deve pagar menos de 80 mil kwanzas, num país onde 99% da população anda de rastos”.