O Governo autorizou uma despesa de 236,8 milhões de euros para a construção e fiscalização das vias do novo Sistema de Trânsito Rápido de Autocarros, tecnicamente conhecido por BRT (Sigla inglesa de ‘Bus Rapid Transit’) Viana Zango 8000, que estão paralisadas há nove anos. 
 

De acordo com um despacho consultado pelo jornal Valor Económico, a construção desta via está enquadrada no Programa de Mobilidade Urbana de Luanda- PRO-MMUL, aprovado o ano passado. O Governo prevê que o BRT tenha um impacto “significativo nas deslocações das populações”. As obras serão entregues por ajuste directo, mas o documento não detalha os termos do contrato e nem com que entidade ficará a obra.
Com esta verba, o Governo retoma um projecto que estava paralisado desde 2016 e que se encontrava a cargo da construtora brasileira Odebrecht. Na altura, a empreiteira estava implicada num mega-processo de corrupção, considerado o maior processo de investigação de corrupção da história do Brasil, que resultou na prisão efectiva do presidente da construtora, Marcelo Odebrecht. A fiscalização estava a cargo da empresa angolana DAR Angola. Ao todo, os custos das obras ficariam por 216,1 milhões de dólares. O Governo nunca deu explicações sobre as razões das paralisações das obras e nem quando poderiam ser retomadas.  
O BRT é um modelo de transporte com autocarros articulados, faixas exclusivas e estações modernas, semelhante aos que já operam em muitas cidades do mundo.