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Governo pode fazer recurso ao Prodesi

09 Jun. 2020 Economia / Política

CRÉDITO. Das mais de 200 pequenas e médias empresas em risco de falir, algumas poderão receber apoio ainda neste Junho.

Governo pode fazer recurso ao Prodesi
D.R

Pequenas e médias empresas dos serviços e comércio poderão ser enquadradas na linha de crédito do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi) antecipou a empresária Beatriz Frank, assegurando tratar-se de uma garantia do ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos, com quem reuniu recentemente.

Em declarações ao VALOR, a empresária que preside à União dos Pequenos e Médios Empresários (UPME) referiu que o governante admitiu a hipótese de algumas das empresas beneficiarem de crédito ainda no decorrer de Junho, sendo prioritárias as que se encontram com necessidades “mais urgentes”. Neste grupo, destacam-se as empresas que não pagam os salários desde Abril, de forma “a não permitir a elevação do nível de desemprego”.

Recordando que várias empresas e empresários se encontram “a beira da falência”, Beatriz Frank antecipou uma reunião da UPME para esta quarta-feira, 10, em que serão traçadas “as linhas estratégicas e descrever a real situação, no sentido de se classificarem as que carecem urgentemente de alívio económico”.

No encontro realizado na quinta-feira, 4, a empresária afirmou que 70% das empresas correm o risco de falir até Agosto, o que poderá pôr no desemprego mais de quatro mil famílias. Além de apelar para o apoio financeiro, defendeu o perdão e a isenção fiscal para as empresas, tendo considerado que a cobrança coerciva do IVA e do IPU não fazia “qualquer sentido” nesta fase. Segundo relatou, muitas empresas deixaram de pagar salários, dando em troca “bónus de cinco a 10 mil kwanzas aos funcionários apenas para sobreviverem”.

CONFLITO MARCA INÍCIO DA ASSOCIAÇÃO

Após o encontro de 4 de Junho, alguns membros manifestaram a intenção de abandonar a associação por reprovarem a alegada “postura de arrogância” de Beatriz Frank, que terá expulsado alguns

dos associados. Beatriz Frank desmente, no entanto, a acusação, assegurando “não existirem clivagens” na UPME. Segundo a empresária, foram excluídos três integrantes “por reiterada violação das regras do grupo”, mas que podem ser reintegrados caso “cumpram, à risca, as normas impostas.