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Governo quer criar novas zonas de protecção da biodiversidade

CONSERVAÇÃO AMBIENTAL. Implementação inicial do plano de protecção deverá durar dez anos. Até 2022, pretende-se, em todo o país, que haja um aumento de 12% para 17% de áreas protegidas.

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O Huambo, Kwanza-Sul, Malanje e Uíge poderão, ainda este ano, contar com novas áreas de conservação, a serem criadas no âmbito do Plano Estratégico para o Sistema de Áreas Protegidas de Angola (PESAP), noticiou a Angop.

O referido plano, apresentado na passada semana às instituições do Estado e da sociedade civil para auscultação, orienta a expansão, a longo prazo, dos sistemas de áreas de conservação em Angola, de forma a materializar uma rede nacional de conservação da biodiversidade, que conduza à estabilidade ecológica, à resiliência às alterações climáticas e ao bem-estar das comunidades.

A iniciativa visa clarificar o papel das áreas de conservação na protecção das espécies e diversificação da economia, promovendo uma gestão eficiente e sustentável dos recursos humanos, bem como assegurar a existência de condições que permitam que as áreas de conservação sejam geridas de maneira eficaz de modo a que possam dar resposta aos objectivos da sua criação.

De acordo com o director-geral do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC), Aristófanes Pontes, o plano terá inicialmente duração de 10 anos (2018 e 2028), sendo que se prevê, até 2022, o aumento de cerca de 12,98% para 17% de áreas protegidas em todo o território nacional.

Além das novas áreas terrestres, em coordenação com o Ministério das Pescas e do Mar, pretende-se criar 10% de áreas marinhas protegidas ao longo da costa com aproximadamente 1.650 quilómetros, actualmente sem nenhuma protecção.

Numa primeira fase, o PESAP sugere a criação de zonas protegidas nos parques nacionais da Quiçama (Luanda) e do Iona (Namibe), com vista a garantir a protecção e a gestão eficaz da linha de costa da Baía dos Trigres, estuário do Cunene, entre outras zonas.

Constam do plano o estuário do rio Chiloango (Cabinda), a península Sereia, no Soyo (Zaire), a zona costeira da foz do rio Longa e a área do Ombaca (Kwanza-Sul) e Bentiaba (Namibe).

De acordo com Vladmir Russo, director executivo da Fundação Kissama para a Área Ambiental e Administração que também participou da apresentação do projecto, um dos objectivos é “fomentar a criação de áreas marinhas protegidas com o intuito de permitir a sustentabilidade aos recursos”.

“E esta sustentabilidade deve estar assente numa gestão que privilegie as opções naturalizadas e adaptativas para salvaguardar os recursos e valores naturais patrimoniais e paisagísticos”, defendeu o ambientalista. Angola dispõe de nove parques nacionais, um parque natural regional e quatro reservas naturais integrais, que compõem os 12,98% do território nacional.