ANGOLA GROWING
EMPRESAS NACIONAIS DIZEM TER CAPACIDADE ATÉ PARA EXPORTAR

Governo quer travar novas fábricas de bebidas

INDÚSTRIA. Autoridades querem impedir surgimento de novas fábricas de bebidas. Ministério da Indústria justifica-se com a produção nacional “auto-suficiente” e com margens para a exportação.

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As licenças para novas fábricas de bebidas vão passar a ser analisadas cautelosamente, e o Ministério de tutela definiu, como prioridade, a produção de matéria-prima de apoio a essa indústria, como rótulos, tampas, embalagens e produção de milho.

Para a ministra da Indústria, Bernarda Martins, o sector é “auto-suficiente”, só que não tem sido devidamente acompanhado pelo investimento nas matérias-primas, cuja aquisição está estimada em necessidades mensais de 80 milhões de euros, segundo Estêvão Daniel, da Associação de Bebidas de Angola (AIBA).

Bernarda Martins, que apresentou, na última sexta-feira, um estudo sobre bebidas, à margem de um encontro com a direcção da AIBA, referiu que a pesar das dificuldades de acesso a divisas para a aquisição de matéria-prima, o sector continua a ser “um dos mais desenvolvidos no tecido empresarial”.

A capacidade de produção no país é de 5.431 mil milhões de litros por ano, o dobro do consumo total, estimado em 2.231 mil milhões de litros. Mas, na prática, as 40 fábricas produzem actualmente 2.1 mil milhões litros.

A ministra esclarece que pelo facto de Angola ser membro de organizações internacionais vai continuar a importar em pequenas quantidades. A importação anual de bebidas está avaliada em 115 mil milhões de litros, segundo a AIBA.

No global, a produção de bebidas (cerveja, refrigerantes, sumos, águas, vinhos e espirituosas) é responsável pela criação de 13.600 empregos, 95% dos quais ocupados por nacionais.

O presidente da AIBA, Manuel Sumbula, afirma já ter sentido “muito os efeitos da crise” e que hoje há “mais abertura no diálogo com o Governo que está a resultar num “alívio” no acesso às divisas.