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Cinco anos depois do projecto ter fracassado

Governo recupera cozinhas comunitárias

ASSISTÊNCIA SOCIAL. Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher retoma, ainda este ano, o projecto das cozinhas comunitárias ensaiado no anterior programa do Governo 2012-2017, mas que não obteve sucesso. Responsáveis pelo projecto prometem, em breve, apresentar um novo modelo “sem dar tiros nos pés”.

pequeno almoco nas empresas 1

As cozinhas comunitárias, um projecto governamental interrompido em 2012, poucos meses depois de ter sido implementado, nalgumas províncias, deve voltar a arrancar este ano.

Um novo modelo está a ser estudado, segundo o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, numa resposta, por carta, dirigida ao VALOR. Aquele departamento ministerial esclarece que o projecto “não vai abranger” todos os municípios, mas “apenas onde a necessidade se justificar”. “Pretende-se um modelo diferente, um serviço municipalizado no âmbito da acção social”, esclarece.

O Orçamento Geral do Estado de 2018 inscreve, para o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, um valor de 29,05 mil milhões de kwanzas, 9,14 milhões dos quais para apoio a famílias mais carenciadas. No entanto, não está especificado um valor concreto direccionado às cozinhas comunitárias, o que leva a crer que, no ‘bolo’ destinado ao Ministério, vai encontrar-se um‘arranjo’ para a implementação do projecto. “O orçamento foi aprovado recentemente e, neste momento, técnicos do Ministério estudam onde tirar o dinheiro para as cozinhas”, explica o departamento governamental na carta. O Ministério garante que “não vai ser cozinha de rua como as anteriores onde quem chega come” e promete serem cozinhas “mais bem estruturadas”, defendendo que “agora a sociedade está mais atenta” e que “ninguém quer dar o tiro no próprio pé”.

No espírito da municipalização dos serviços, a selecção dos munícipes para a adesão ao programa será da responsabilidade dos presidentes das comissões de moradores de cada área. Estes terão de identificar as famílias carenciadas.

No modelo passado, os moradores que não possuíam o cartão de identificação do projecto e que se mostraram interessados em beneficiar da comida, pagavam 100 kwanzas por cada refeição. Mas houve municípios, como Sambizanga e Viana, em Luanda, em que a refeição chegava a custar 500 kwanzas.