GARANTE GRUPO ZAHARA

Governo sabia do encerramento das lojas do Nosso Super

Grupo Zahara garante que a decisão de encerrar as lojas Nosso Super “sempre foi do conhecimento” do Ministério da Indústria e Comércio, contrariando a afirmação do Ministério na edição passada do Valor Economico, segundo a qual “não recebeu qualquer informação nesse sentido [de encerramento]”.

Governo sabia do encerramento das lojas do Nosso Super

Em reacção à matéria dando conta do encerramento de lojas, a empresa gestora da rede Nosso Super garante que foram inclusive criadas equipas técnicas de trabalho que, durante meses, analisaram e discutiram várias opções, “inclusive o comunicado conjunto para a imprensa de todo um processo que culminou com a tomada da referida decisão”.

O Grupo Zahara justifica ainda o encerramento das lojas com o resultado da caducidade do contrato de gestão em Janeiro do próximo ano. O documento inclui uma cláusula que prevê a “desmobilização e enceramento” das lojas em caso de não renovação do contrato. 

“Não havendo renovação até um ano antes da data de verificação da caducidade, partir de Janeiro de 2021, a entidade exploradora deve começar, a partir deste período, o processo de desmobilização e encerramento, visando a devolução das lojas à entidade cedente, uma vez que não é admissível a renovação automática”, escreve na nota de esclarecimento enviada ao Valor Económico.

Confrontado com o encerramento, em matéria publicada na edição passada, o Ministério da Indústria e Comércio atirou a responsabilidade à empresa gestora, salientando ser a “responsável pela gestão integrada de todas as lojas da rede Nosso Super e o contrato não prevê o encerramento de parte das lojas”.

Por outro lado, o grupo Zahara garante ainda que tentou a renovação do contrato, possibilidade, entretanto, “gorada”, depois de “longas e aturadas reuniões de negociação entre as entidades cedente e exploradora”. O grupo afirma que se viu forçado a “tomar medidas de gestão para não acrescer as dificuldades já conhecidas”.

Em relação aos postos de trabalho, a empresa refere que, depois de observar “rigorosamente a Legislação laboral vigente”, não teve alternativa, “senão lançar mão aos mecanismos legais ao seu dispor, suspendendo apenas os vínculos jurídicos laborais dos colaboradores alocados às lojas que foram devolvidas à entidade cedente”, mas “salvaguardando todos os direitos e efeitos legais”.

Conforme noticiou este jornal, na edição passada, já foram encerrados quatro estabelecimentos localizados no Zamba III, Cacuaco, Sambizanga e Viana. As lojas ficam encerradas ao público, mas os funcionários ainda continuam a trabalhar até ao dia 15 deste mês.  A cadeia Nosso Super integra o Programa de Reestruturação do Sistema de Logística e de Distribuição de Produtos Essenciais à População (Presild), lançado em 2007, e que tinha como objectivo modernizar a rede comercial e criar novas oportunidades de negócio e de emprego. A rede tem 32 lojas espalhadas pelo país.