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Grupo Bayer: um ‘gigante’ no mundo farmacêutico

01 May. 2017 António Miguel Gestão

SAÚDE. Empresa centenária, de origem alemã, persiste às intempéries do tempo, apresentando-se, ainda hoje, como das maiores referências do mundo farmacêutico. No ano fiscal de 2016, o grupo empregou cerca de 115,200 mil pessoas e teve uma facturação de 46,8 mil milhões de euros.

 

Apesar de não ser considerada a primeiríssima das primeiras no negócio da saúde, a Bayer aparece sempre ao lado das mais cotadas do ramo nos distintos rankings´internacionais sobre a matéria, destacando-se, sobretudo, pela capacidade de inovação no que se refere aos produtos que lança no mercado.

Do investimento realizado no ano passado, um total de 2,6 mil milhões de euros, o grupo gastou cerca de 4,7 mil milhões de euros para investigação e desenvolvimento. Um ‘segredo’ que o mantém vivo até hoje, desde que criou a aspirina, em 1897.

A aposta da empresa no segmento farmacêutico surgiu em 2006, quando escolheu a divisão de medicamentos como o seu core business, depois de se ter focado, durante largos anos, na aquisição de activos nas áreas de materiais industriais e no segmento de agricultura.

Foi precisamente nessa altura, no intuito de injectar uma dose extra nos negócios farmacêuticos, que a Bayer anunciou a compra por 16,2 mil milhões de euros do laboratório alemão Schering (fundado por Ernest Schering em 1851), com grande destaque nas áreas de ginecologia e andrologia, oncologia, terapêuticos especializados e diagnósticos por imagem, para integrar a divisão farmacêutica da empresa.

Com um amplo portfólio dos chamados remédios altamente especializados, a Schering passou, desde então a dar à Bayer o que lhe faltava: o título de um laboratório farmacêutico com tecnologia de ponta para superar a fama de fabricante de remédios de balcão que a inventora da aspirina tinha até o momento. Com essa aquisição, a Bayer saiu da 16ª. para a 12ª. posição no rankingdas maiores fabricantes de medicamentos do mundo, na altura.

O principal motivo da aquisição, porém, pareceu ser mesmo o desenvolvimento de novos produtos com alto valor agregado. Enquanto a Schering era líder mundial em contraceptivos e detinha uma linha forte de combate ao cancro, a Bayer concentrou-se em drogas cardiovasculares e nos remédios que dispensam receita médica. Desde então, o foco da empresa passou a estar centrado nas tecnologias de medicina e de segurança e no uso de plantas para o desenvolvimento e fabricação de produtos farmacêuticos.

AS DIVISÕES DE NEGÓCIOS

 

Em 2002, a Bayer passou pela maior reestruturação mundial da sua história. Foram então criadas três divisões de negócios que operam de maneira quase independente e estão totalmente alinhadas aos seus respectivos mercados de actuação como saúde, ciências agrícolas e materiais inovadores.

A primeira das divisões, a Bayer Health Care, responsável por 47% da facturação global da empresa, oferece soluções, utilizando tecnologia de última geração, para a saúde humana e animal com base em produtos inovadores para a prevenção, diagnóstico e tratamento das mais diversas doenças.

Com um amplo portfólio de produtos e uma ‘eficiente’ rede de pesquisa e desenvolvimento, a segunda divisão, a Bayer CropScience, é uma das líderes mundiais em ciências agrícolas e inovação nas áreas de sementes, protecção de cultivos e controlo de pragas não-agrícolas, com presença em mais de 120 países.

A Bayer MaterialScience, a terceira divisão, tem a missão de transformar ideias em soluções criativas e inovadoras, sendo especializada em polímeros e sistemas de alta tecnologia e fornecedora de matérias-primas para a indústria de importantes mercados mundiais.

HISTÓRIA

 

A Bayer iniciou actividades a 1 de Agosto de 1863, numa modesta casa, no vale do rio Wupper, cidade de Barmen, na Alemanha, onde o comerciante de corante Friedrich Bayer e o mestre tintureiro Johann Friederich Weskott instalaram uma pequena fábrica para produzir e distribuir corantes sintéticos para tingimento de tecidos na indústria têxtil.

Inicialmente a empresa foi registada na junta comercial do município de Elberfeld, com o nome de Friedr. Bayer et Comp.

Após o falecimento dos fundadores da empresa, os dirigentes da Bayer decidiram transformá-la em sociedade anónima: foi desta forma que se constituiu, no ano de 1881, a Farbenfabriken vorm. Friedr. Bayer & Co., com capital inicial de cinco milhões de marcos. Nesta época a empresa, já em franca expansão, contava com várias fábricas e 384 colaboradores, dos quais 14 eram químicos. A empresa tinha forte presença no mercado mundial, comercializando seus corantes nas mais importantes metrópoles da indústria têxtil, tanto na Europa como nos Estados Unidos.

No final desta década, em 1888, foi instalada uma pequena divisão farmacêutica, que resultaria na patente da aspirina, conseguida exactamente no dia 10 de Outubro de 1897. Em 1899, a Bayer já distribuía a aspirina, que se tornaria a marca de analgésico mais conhecida e consumida do mundo, para os médicos receitarem aos seus pacientes. Com a aspirina, o core business da empresa durante 40 anos, a BAYER descobrira o “Ovo de Colombo”.