Dados preliminares do Censo da Indústria revelam que há cerca de sete mil empresas no sector. Os dados definitivos estão a ser compilados, mas já há uma certeza: produz-se mais bebida do que comida

Ler mais na versão impressa desta segunda-feira. Já nas bancas.

O primeiro Censo da Indústria de Angola (CIANG) terminou no ano passado e identificou a existência de sete mil empresas industriais, além de concluir que, no país, se produz mais bebidas do que alimentos.

A ministra da Indústria, Bernarda Martins, em recentes declarações à imprensa, considerou que “o sector tem muitas potencialidades por explorar e que, para os investidores nacionais e estrangeiros, o Governo definiu como prioridade a indústria alimentar”.

Os dados oficiais confirmam a orientação explicada pela governante. Nos últimos cinco anos, tirando o peso da indústria da bebida, que representa a maioria da estrutura de produção, 48% dos investimentos inferiores a 10 milhões de dólares foram direccionados à produção alimentar.

O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) indica que o sector industrial contribui com 4% na formação do Produto Interno Bruto, números muito abaixo dos registos do período colonial em que, segundo o Centro de Estudos e Investigação Cientifica (CEIC), baseado em dados oficiais, o contributo da indústria atingia os 20% da riqueza nacional.

O CIANG teve, entre outros objectivos, “conhecer em detalhe o tecido industrial nacional” para posteriormente “servir de ferramenta para os investidores no quadro da promoção e da diversificação da economia”, segundo a explicação oficial.

Para além do “levantamento da estrutura industrial”, o censo da indústria permitiu ainda “avaliar a situação actual das unidades industriais, com particular enfoque para o tipo de produtos fabricados”.

No período entre 2013 e 2015, de acordo com dados do Censo da Indústria, foram licenciadas 10 empresas de fábrica de cimento, cal e gesso, e cimento cola, totalizando um investimento de 577 milhões de dólares, o que permitiu a criação de 3.168 empregos. Em termos acumulados o sector conta com cerca de oito mil empregos.