ANGOLA GROWING
EUCLIDES MANUEL, FUNDADOR DA COMUNIDADE BITCOIN ANGOLA E DONO DA YETUBIT

“Há um desconhecimento das autoridades angolanas sobre o universo das criptomoedas”

06 Mar. 2024 Grande Entrevista

Fundador da Comunidade Bitcoin Angola, uma organização com 29 mil membros, e da primeira criptomoeda angolana, a Yetubit, entende que a proibição de minerar criptomoedas em território angolano, conforme expressa na proposta de lei aprovada na semana passada, denota falta de conhecimento das autoridades angolanas que podiam melhor aproveitar as vantagens face à escassez de divisas no mercado. Euclides Manuel assegura que a regulação proporciona condições para diversificação económica e a criação de empregos. Não acredita no argumento do legislador de supostamente a mineração ser um risco para a segurança e estabilidade do sistema eléctrico nacional.  Comunidade Bitcoin Angola tem actualmente 29 mil membros.

“Há um desconhecimento das autoridades angolanas sobre o universo das criptomoedas”

Comunidade Bitcoin foi consultada antes da elaboração da proposta de lei que proíbe a mineração de criptomoedas?

A Comunidade não foi consultada pela Assembleia Nacional sobre a proposta de lei de mineração de criptomoedas. No entanto, mantemos contacto com outras instituições públicas, como a Comissão de Mercado de Capitais (CMC) e demos o nosso parecer sobre a proposta de lei. 


 Qual foi a sugestão apresentada?

 A nossa sugestão é que o Estado crie uma legislação para a actividade de mineração de criptomoedas. Não tem como proibir a actividade de mineração de criptomoedas, porque qualquer angolano pode minerar a partir da sua casa sem dar satisfações. É como usar frigorífico ou ar-condicionado, mas a diferença é que a energia é transformada em riqueza pelo processo de mineração de criptomoedas como bitcoin.


Mas pode ficar descontrolada e causar sobrecarga no sistema eléctrico…

Segundo o Ministério da Energia e Águas, o país terá uma capacidade instalada de produção de energia de 8.205 megawatts em 2028. Por outro lado, a procura estimada para o mesmo período é de 3.885 megawatts. Isso significa que existe um diferencial de 4.320 MW de energia em excesso, que é desperdiçada. O aproveitamento da energia em excesso desperdiçada é um desafio importante que Angola enfrenta. Com uma capacidade instalada de produção de energia significativamente maior do que a procura estimada, o diferencial de 4.320 megawatt pode ser utilizado de forma mais eficiente. A mineração de bitcoin pode ser uma alternativa para o melhor aproveitamento de energia em Angola. 

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