Haldor Topsoe desiste de investir 2 mil milhões USD em Angola
investimento. Grupo empresarial dinamarquês desistiu do investimento de 2 mil milhões de dólares em fábrica de fertilizantes no Soyo, Zaire. Ao Valor Económico, a Haldor Topsoe, presidida por Bjerne Clausen, clarifica que nem todos os projectos são viáveis por “motivos técnicos” e “financeiros.” República do Congo foi o destino do investimento.
A empresa líder mundial em soluções e tecnologias de catálise química, Haldor Topsoe, já não vai investir numa fábrica de fertilizantes no Zaire, como adiantara há quatro anos o seu presidente e director executivo, Bjerne Clausen, após um encontro com o Presidente da República, João Lourenço. Em declarações exclusivas ao Valor Económico, a empresa, sediada na Dinamarca, esclarece ter deixado para trás a intenção de investir em Angola por alegada falta de viabilidade técnica e financeira.
“A Haldor Topsoe está sempre comprometida em apoiar clientes e países para promover suas ambições de aumentar sua produção local de fertilizantes. Os meios de suporte podem ser muito diferentes de projecto para projecto e podem incluir uma ampla gama de compromissos da Topsoe. No entanto, nem todos os projectos são viáveis por motivos técnicos, financeiros ou outros”, explica.
Apesar de ter referido, em 2017, aquando do encontro com o Presidente João Lourenço, estar à espera somente de cedência de terreno e contratos para o fornecimento de gás natural, o grupo empresarial, sem avançar detalhes que estão na base da desistência, já não vislumbra materializar o projecto.
“Actualmente, não estamos envolvidos em projectos em Angola”, insiste, salientando não ser prática da empresa tornar públicas as razões concretas para não avançar com determinado projecto.
Na altura, a Haldor Topsoe assegurava ter feito já a prospecção da área pretendida para construir a fábrica em três anos, prometendo uma capacidade de produção de dois milhões de toneladas por ano que seriam distribuídas localmente e no resto da África austral. No entanto, exigia um contrato de fornecimento de gás natural de 30 anos e outro de estabilidade de preços, de forma a proporcionar a segurança nos investimentos.
"Podemos começar a construção de imediato, desde que haja a concessão de uma parcela de terrenos, um contrato de abastecimento de gás natural, preferencialmente de 30 anos, e um contrato de estabilidade de preço", dizia, há quatro anos, Bjerne Clausen, garantindo investimento próprio de 2 mil milhões de dólares.
Entretanto, no ano a seguir, em 2018, a empresa, em parceria com a MGI International celebrava um memorando com o governo da vizinha República do Congo para fabricar fertilizantes. A fábrica avaliada em 2,5 mil milhões de dólares será inaugurada no próximo ano e conta com um financiamento da Agência de crédito à exportação da Dinamarca, IKF. O propósito continua o manifestado há três anos a Angola, o de distribuir fertilizantes no mercado local, sub-regional e internacional. A diferença reside apenas no número de empregos a gerar no Congo, cinco mil directos, mais mil do que o projectado anteriormente para Angola.
Sediada na Dinamarca, a Haldor Topsoe pretende ser líder global em tecnologias de redução de emissão de carbono para as indústrias química e de refino e está presente nos Estados Unidos da América, Brasil, Irão, Canadá, Malásia, China, Rússia, Alemanha, Arábia Saudita, índia, Argentina, Indonésia e Barém.
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