Hyundai abandona Angola
PETRÓLEOS. Fabricante já comunicou ao BNA que se vai retirar. Mas não adianta justificações.
A fabricante sul-coreana Hyundai Heavy Industries (HHI), líder global de construção naval, vai encerrar a representação em Angola brevemente. A informação consta de um comunicado de imprensa enviado ao Banco Nacional de Angola, que apela aos órgãos estatais e privados a contactarem o departamento de controlo cambial para a cobrança de possíveis dívidas.
Não se conhecem as motivações oficiais que levaram a companhia, com cerca de 10% de quota no mercado, a deixar Angola. Mas vários observadores, como o propritário da concessionária automóvel que representa a marca em Luanda, supeitam que a decisão esteja associada à conjuntura económica, sobretudo nos petróleos. No entanto, Jaime Freitas acredita que a decisão da fabricante sul-coreana “não vá acarretar” elevados prejuízos. “Eles têm um técnico a cobrir a Nigéria e Angola, mas passa mais tempo lá porque a nossa actividade petrolífera (exploração e desenvolvimento está muito reduzida)”, sublinha.
A divisão industrial da Hyundai resultou no ‘FPSO Grande Plutónio’, um navio de produção, armazenamento e transbordo, operado pela BP, e que acaba por ser uma instalação de produção em ‘offshore’ com o formato de um navio, armazenando crude em tanques.
Os FPSO podem ser utilizados como instalações de produção para desenvolver campos petrolíferos marginais ou em águas profundas, distantes das infra-estruturas de transporte, sendo utilizados em todo o mundo desde os anos 1970.
Em Setembro de 2007, a BP e os parceiros da Sonangol Sinopec International lançaram o FPSO num investimento de cinco mil milhões de dólares, para o desenvolvimento do projecto Grande Plutónio, no Bloco 18 (a 160 quilómetros de Luanda).
Antes, em Agosto de 2001, a petrolífera norte-americana Exxon Mobil concedeu a um consórcio de três empresas, liderado pela Hyundai, um contrato para construir uma instalação flutuante de produção, armazenamento e descarregamento para o complexo de quatro campos de Kizomba, que opera em Angola, no bloco 15.
O navio Kizomba-A tem um peso de 81.000 toneladas, possui 285 metros de comprimento, 63 de largura e 32 de altura. É capaz de armazenar 2,2 milhões de barris de petróleo bruto e processar 250 mil e pode acomodar 100 pessoas.
A Hyundai Heavy Industries é a maior empresa de construção naval do mundo, com sete divisões de negócios: motor e máquinas, equipamentos de construção, electroeletrónicos, instalações industriais e engenharia, construção naval, energia verde e offshore e engenharia.
Entre os vários produtos da empresa incluem-se os ‘containers’, LNG Carrier, navios de guerra, fábricas de energia e de lixivias e módulos solares.
BCI fica com edifício do Big One por ordem do Tribunal de...