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GLOBAL 2000 DA FORBES

ICBC é, novamente, a maior empresa pública do mundo

11 Jun. 2018 Valor Económico Gestão

RANKING. Sector financeiro domina a lista das maiores empresas públicas do mundo. Apenas uma empresa do sector não-financeiro aparece entre as 10, um grupo restrito preenchido por chinesas e norte-americanas.

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O banco chinês ICBC (Banco Industrial e Comercial da China, na sigla inglesa) é a maior empresa pública do mundo, segundo a 16.ª edição do relatório Global 2000 da revista Forbes que inclui outras empresas de capital aberto. É a segunda vez consecutiva que a instituição bancária chinesa atinge o topo da lista.

Criado em Janeiro de 1984, o ICBC resultou da reforma do sistema financeiro, iniciada em finais do ano 1970, e teve origem no Banco Popular Chinês (PBC). Em 1999, abriu a primeira sucursal fora da China, no Luxemburgo, que se tornou a sede europeia do banco em 2011. Em Outubro de 2005, foi totalmente reestruturado para uma sociedade anónima. No período que antecedeu à sua primeira oferta pública inicial, em Abril de 2006, três investidores estratégicos investiram cerca de 3,7 mil milhões de dólares.

O Goldman Sachs comprou uma participação de 5,75% por 2,6 mil milhões de dólares, o Dresdner Bank (uma subsidiária integral do Commerzbank ) investiu mil milhões, enquanto o American Express investiu 200 milhões de dólares. Em Outubro de 2006, foi listado nas bolsas de valores de Xangai e de Hong Kong Limited. Segundo a lista, o activo da instituição está fixado em cerca de 4,2 biliões de dólares e os lucros em 43,7 milhões, enquanto o valor do mercado chega aos 311 mil milhões.

Apenas a China e os EUA no Top 10

Na segunda posição da lista está um outro banco do gigante asiático, o China Construction Bank, com activos de 3,6 biliões de dólares, seguindo-se a sociedade gestora de activos norte-americana JPMorgan Chase, com activos de 2,6 biliões de dólares.

Fazem ainda parte das 10 maiores empresas o Berkshire Hathaway (EUA), o Agricultural Bank of China, o Bank of America, o Wells Fargo e a Apple. Seguem-se o Bank of China e Ping An Insurance Group (China).

Pela primeira vez desde 2015, a China e os EUA dividem o top 10 uniformemente, mas os EUA continuam a dominar em termos globais, com quase 30% do total. A China tem 291 empresas contra as 262 do relatório anterior, enquanto EUA conta com 560. No primeiro relatório, realizado em 2003, havia 43 empresas chinesas.

Bancos dominam e chineses destacam-se

Das 10 maiores empresas, sete são bancos e apenas uma, a Apple, é uma instituição não-financeira. Especialistas argumentam tratar-se de uma mensagem de que, apesar de se estar numa época marcada por mudanças tecnológicas, o sector bancário continua a ser o mais estável do mundo. Os dois primeiros bancos da lista facturaram cerca de 80 mil milhões de dólares em 2017 e, colectivamente, transportaram quase oito biliões em activos.

Há 14 bancos chineses, incluindo sete dos 25 principais. No global, detinham mais de 17 biliões de dólares em activos e ganhavam cerca de 155 mil milhões em lucros. 11 bancos dos EUA estão na lista e quatro no top 25 do sector. Embora esses bancos tenham apenas 10 biliões de dólares em activos totais, excluindo encargos tributários únicos devido à Lei de Impostos de 2017, esses bancos renderam bem mais de 100 mil milhões em lucros.

Metodologia

Segundo a explicação sobre a metodologia, o ‘ranking’ inicia dados dos sistemas da Fact Set Research para pesquisar as maiores empresas públicas em quatro métricas: vendas, lucros, activos e valor de mercado. O cálculo de valor de mercado é de 11 de Maio de 2018, e inclui todas as acções ordinárias em circulação. Criam-se quatro listas separadas das 2.000 maiores empresas em cada uma das métricas: vendas 2.000, lucros 2.000, activos 2.000 e valor de mercado 2.000.

Cada uma das listas 2.000 tem um valor de corte mínimo para que uma empresa se qualifique. Vendas: 4,47 mil milhões de dólares; lucros: 333,3 milhões; activos: 10,72 mil milhões; valor de mercado: 6,55 mil milhões. Uma empresa precisa de se qualificar para, pelo menos, uma das listas fazer parte do ‘ranking’ final do Global 2000.