MARCA DE TELEMÓVEIS PORTUGUESA ENTRA PELO GRUPO FF

Ikimobile chega a Angola com 6 milhões USD

INVESTIMENTO. Grupo FF participa do capital social de uma sociedade que produz a marca de telemóvel portuguesa Ikimobile. Vai investir seis milhões de dólares para implantar a marca no país.

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Com os olhos postos no mercado da SADC, a fabricante de telemóveis Ikimobile, de origem portuguesa, prevê arrancar com uma linha de produção em Angola, entre Junho e Agosto, com capacidade de oferecer ao mercado até 100 mil unidades por mês. Fernando Ferreira, administrador do grupo FF, que participa do capital social da marca e a representa em Angola, explica que a unidade fabril, numa fase posterior, terá capacidade para produzir 300 mil telemóveis por mês, num investimento que ronda os seis milhões de dólares, abrindo mais duas linhas de produção.

O negócio representa a extensão para Angola da ligação que o grupo FF já tem com o fabricante luso da Ikimobile, um projecto iniciado há cerca de seis anos, com uma fábrica em Coruche, Portugal, num investimento de seis milhões de euros.

O mercado angolano absorve entre 60 e 75% da produção da fábrica de Coruche, o que o empresário considera positivo.

Dados publicados, recentemente, fixam em mais de quatro milhões de euros as vendas do Ikimobile em 2017, representando um aumento de 35%, face a 2016.

Apostar tudo no sal

O grupo tem outros projectos, em que se destaca a construção de uma salina, em Benguela, com a produção industrial e mecanizada com capacidade para 160 toneladas ano, num investimento acima dos 42 milhões de dólares. A produção de hipoclorito de sódio e soda caustica é outra das apostas. O projecto está a ser implementado na zona do Chiome, na Baia Farta, numa área de mil hectares, 650 dos quais estão destinados a salinas. Com o projecto, Fernando Ferreira espera contribuir “significativamente para acabar com a importação do sal e transformar num produto de exportação, sobretudo para a SADC”.

O grupo tem ainda uma participação na fábrica KNG, que se dedica à montagem de motas e bicicletas da marca FF, no Golungo Alto, Kwanza-Norte, com capacidade de produzir 10 mil unidades por ano. No entanto, a fábrica, a única no Golungo Alto, tem registado quedas na produção, devido à escassez de divisas. Em 2017, a queda foi de 30%. Fernando Ferreira apela assim para uma “maior atenção do BNA”, na disponibilização de divisas, chamando a atenção para a “concorrência desleal”.

O Grupo FF, que facturou 29 milhões de dólares em 2016, nasceu em 1999. Agrega hoje 17 empresas, “todas auto-sustentáveis”, assegura Ferreira.