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‘DIGITAL.AO’, um projecto com 10 anos

Incubadora estatal é lançada mesmo com as dificuldades dos privados

Foi inaugurada, esta terça-feira, pelo Presidente da República, a incubadora denominada ‘Digital.AO’, uma iniciativa do Ministério das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social (Minttics). Com custos de 3 mil milhões de kwanzas, visa “transformar ideias inovadoras em negócios produtivos e sustentáveis” e tem capacidade de acolher 25 startups.

Incubadora estatal é lançada mesmo com as dificuldades dos privados

 

O projecto sai do papel, depois de 10 anos da sua idealização. Um dos antigos idealizadores entende que, no actual contexto, seria viável optar pela digitalização completa, não pela estrutura física que acaba por beneficiar um número bastante reduzido de empreendedores, sendo também “mais dispendiosa”. A digitalização ajudaria a “escalar startups de diferentes regiões do país, não gastando dinheiro com a construção de incubadoras regionais”, como estimou o Presidente da República, durante a inauguração.

O antigo idealizado do projecto defende também mais apoio às iniciativas privadas no sentido de oferecer serviços mais baratos às empresas iniciantes, já que algumas correm o risco de fechar portas.

 Inene dos Santos, responsável da incubadora ‘Empreender Transforma’, também partilha da ideia de mais apoio às incubadoras privadas, com o acesso a financiamentos para aumentar o número de salas e material, sem deixar de elogiar a abertura da estatal.

“Estamos limitados, não temos um espaço para albergar mais pessoas. Gostaríamos de fazer mais espaços coworking para os empreendedores poderem trabalhar”, comenta.

Mais do que juntar 25 empreendedores, o economista Eduardo Manuel refere que outras medidas devem ser tomadas sob pena de “tudo cair no fracasso”. O acesso ao financiamento é um dos cruciais, além da digitalização da iniciativa para que facilite as parcerias e captação de investidores estrangeiros. Entende que a incubadora não pode congregar somente as startups do sector tecnológico pelo facto de actualmente o mercado obrigar a sinergias.