COM O APOIO DA UNIÃO EUROPEIA

INE gasta 2,7 milhões USD em formação

FORMAÇÃO. Pelo menos 2,7 milhões de dólares foram investidos num projecto de formação de mais de dois mil técnicos do Instituto Nacional de Estatística e de diferentes ministérios.

Mais de dois mil técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE) terminaram, sexta-feira, 22, um curso sobre cobertura, tratamento e actualidade de informação estatística. A formação, que durou cerca de quatro anos, abrangeu delegados provinciais do INE e de técnicos de diferentes departamentos ministeriais (como da Justiça, Transportes, Assistência e Reinserção Social e da Administração do Território).

O projecto, denominado ‘Prestação de Serviços de Assistência Técnica para o Apoio ao Sistema Estatístico Nacional’, custou pelo menos 2,7 milhões de dólares, tendo sido financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento da União Europeia (EU).

“Um sistema estatístico nacional eficaz e eficiente e que fornece informação regular e fiável sobre a economia e bem-estar da população é um importante indicador de boas políticas e uma componente crucial de boa governação”, afirmou o chefe da delegação da União Europeia em Angola, Gordon Kricke.

O responsável informou ainda que a União Europeia vai continuar a apoiar, não só o Instituto Nacional de Estatística, como outros projectos do Governo angolano. Por exemplo, para apoiar projectos ligados à educação, agricultura, abastecimento de água e ao saneamento está previsto uma doação na ordem dos 200 milhões de dólares.

O director-geral do INE, Camilo Ceita, afirmou que formações do género deverão continuar para que o Instituto esteja em condições de responder aos desafios que se impõem no que toca à produção de informação estatística, avançado que um calendário de publicações de diversos produtos estatísticos deverá ser apresentado nos próximos temos.

 

MAIS ESTATÍSTICA AINDA ESTE ANO

Além da formação de quadros, para 2016, fazem parte das prioridades do INE o inquérito sobre a situação da saúde em Angola, que em breve será apresentado.

Na agenda para este ano, está ainda alistado o inquérito agropecuário e sobre a pesca. Camilo Ceita admite que sobre o trabalho do INE ainda recaem muitas dúvidas, defendendo que a realização do Censo Geral da População de 2014 veio dar maior credibilidade aos serviços do Instituto.

“Estamos no bom caminho. Ainda não somos a instituição que gostaríamos de ser, mas acho que, com o tempo, com a formação dos técnicos as coisas vão melhorar”, argumentou, acrescendo que “estamos a trabalhar com a Organização das Nações Unidas, para que constate que a metodologia que aplicamos são internacionais e os que os dados são aqueles que, de facto, reportámos no terreno”.

Nesta fase de crise financeira, continuou Camilo Ceita, o INE é a instituição que devia ter apoio para reportar as diferentes fases da crise. Neste momento, o INE está a trabalhar em dados sobre a inflação e posteriormente vai produzir informações estatísticas sobre as contas nacionais e o Produto Interno Bruto trimestral. Para já, o Instituto Nacional de Estatística também está a ser afactado pela crise financeira, que impede a instituição de pôr em marcha alguns dos seus projectos, como o recrutamento de pessoal.